Não comeu lavagante, mas “arroz de lavagante”. O presidente da câmara de Oeiras queixou-se da SÁBADO, mas não deixou de andar, falar, e mostrar uma “joia escondida” do seu concelho, a Fábrica da Pólvora (mas garante que não é explosivo). Em 4200 passos e 3,3 quilómetros.
Isaltino Morais chega às 10h25 da manhã, com uma apresentação pouco modesta para o percurso que escolheu fazer – e ainda bem disposto: “Está na presença da maior recuperação de património, depois do 25 de Abril. Não há em Portugal outra recuperação de património unificado do século XVII, XVI, aliás, começou no século XV... com as chamadas ferrarias d’el Rei, e depois foi evoluindo para a Fábrica da Pólvora.” O presidente da câmara Municipal de Oeiras está na Fábrica da Pólvora, terá um outro momento explosivo durante a caminhada, mas está não apenas orgulhoso da obra feita como com o à-vontade de quem mostra a própria casa: plantou as oliveiras, os dois ciprestes, sabe de onde vieram as partes de armadura no museu e a história de como foram descobertas – em 1988, já era presidente da câmara. Aliás, foi ele que na altura comprou todo o espaço ao Estado, 52 hectares, e arranjou fundos comunitários para lançar a recuperação, como espaço de arqueologia industrial. Agora quer atrair mais gente – só visitam o museu umas 300 ou 400 pessoas por mês. “Muito pouco.”
Uma caminhada com Isaltino: "A mim não me apanham de calças na mão"
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