O paciente morreu de asfixia por edema na laringe, mas os relatórios não permitem associar a causa dessa asfixia à operação, nem sequer se o problema se desenvolveu lenta ou rapidamente.
O tribunal doPortoabsolveu hoje três médicos e uma enfermeira que estavam acusados de homicídio por negligência na sequência da morte de um homem de 32 anos, escassas horas após ser operado numa unidade de saúde daquela cidade.
O paciente morreu na Ordem de São Francisco, no Porto, em outubro de 2010, poucas horas após uma amigdalectomia e uma tiroidectomia totais com um único ato anestésico.
Esta opção pela dupla cirurgia com uma anestesia foi tida por normal tendo em conta a idade do paciente e o facto de não ter grandes complicações de saúde, concluiu o tribunal criminal do Bolhão, no Porto.
O paciente morreu de asfixia por edema na laringe, mas os relatórios não permitem associar a causa dessa asfixia à operação, nem sequer se o problema se desenvolveu lenta ou rapidamente.
Certo, inferiu o tribunal, é que à saída do recobro o doente não tinha esse complicação.
Apoiado na posição dos peritos, o tribunal considerou, nesta conformidade, que não há forma de estabelecer nexo causalidade entre a intervenção cirúrgica e a morte do paciente ou ou mesmo entre os cuidados pós-operatórios, que não merecem reparo, e essa mesma morte.
Face à absolvição dos arguidos, caiu também o pedido de indemnização de de 130.000 euros pedido pela mãe da vítima mortal.
O processo remete para 2010, quando um otorrinolaringologista de Barcelos diagnosticou problemas crónicos de amígdalas e uma tumefação da tiroide ao paciente, sugerindo que fosse observado por um cirurgião que exercia na Ordem de São Francisco.
Dessa observação resultou a sugestão, aceite pelo homem, de que fosse sujeito a uma amigdalectomia e uma tiroidectomia totais com um único ato anestésico.
A intervenção cirúrgica ocorreu entre as 17h45 e as 21h15 de 08 de outubro de 2010, aparentemente sem problemas, que viriam a surgir e a multiplicar-se até provocarem a morte do paciente às 06:35 da madrugada seguinte.
Na acusação do processo, o Ministério Público (MP) sublinhava riscos acrescidos das duas cirurgias no mesmo tempo anestésico, para concluir que se impunha uma monitorização permanente do paciente muito para além do período em que ocorreu.
O MP dizia mesmo os arguidos falharam a prudência devida, numa postura de "clara" incúria.
Recusando tal conclusão, um dos médicos visados defendeu em tribunal a tese que viria a vingar - que a dupla cirurgia com uma única anestesia foi "devidamente ponderada" porque o paciente era "um "rapaz novo", sem grandes problemas.
"Nunca nos passou pela cabeça que estas complicações surgiriam. Não sabemos o que se passou, nem o próprio relatório de autópsia consegue provar a causa da morte", anotou.
Garantiu que "às cinco da manhã o doente estava perfeitamente bem".
"Não sei o que se passou entre as 05:00 e as 05:40, mas foi algo de súbito e fora do comum", acrescentou.
Tribunal do Porto absolve médicos e enfermeira acusados de homicídio negligente
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Por todo o Estado, há sinais de escassez gritante de pessoal. Faltam dois mil guardas prisionais. Já na carreira de enfermaria faltam 20 mil profissionais. A isto poderíamos somar a falta de médicos no SNS.
A maioria dos magistrados não dispõe de apoio psicológico adequado, o que resulta em inúmeros casos de burnout. Se esta estratégia persistir, a magistratura especializada comprometerá a qualidade do trabalho, sobretudo na área da violência doméstica.
Agora, com os restos de Idan Shtivi, declarado oficialmente morto, o gabinete do ministro Paulo Rangel solidariza-se com o sofrimento do seu pai e da sua mãe, irmãos e tias, e tios. Família. Antes, enquanto nas mãos sangrentas, nem sequer um pio governamental Idan Shtivi mereceu.
Na Europa, a cobertura mediática tende a diluir a emergência climática em notícias episódicas: uma onda de calor aqui, uma cheia ali, registando factos imediatos, sem aprofundar as causas, ou apresentar soluções.