Na sua audição, o chairman Manuel Beja relatou que o uso pessoal do motorista por parte de Christine Ourmières-Widener e família revelou "uma liderança pouco servidora e uma preocupação de bom senso e razoabilidade".
O uso de um motorista da TAP por Christine Ourmières-Widener para fins pessoais voltou a ser relatado na nova audição da Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão da companhia aérea. Esta terça-feira, ochairmanManuel Beja descreveu como teve conhecimento da situação.
António Cotrim/Lusa
"Eu estava sentado ao lado de um dos motoristas e perguntei se estava com muito trabalho. Ele, candidamente, respondeu que sim. Que estava comigo, outro colega estava com a CEO e outro com o marido da CEO o dia todo. Ouvi com perplexidade, perguntei se acontecia com frequência", contou.
Ochairmanda TAP avança que foi confirmar o que se passava com a secretaria do conselho de administração e com a própria CEO, que confirmou. "Deu-me várias respostas, disse que se era um problema que terminaria com isso. Mas depois disse que não era a única a fazê-lo", recordou.
"Perdi a paciência, estava a justificar o injustificável, disse que não era aceitável em Portugal, num contexto de despedimentos, em que estávamos a considerar encerrar o infantário", lamentou Manuel Beja. Para ochairman, este caso revelou "uma liderança pouco servidora e uma preocupação de bom senso e razoabilidade que me preocupou bastante". Havia ainda um "vazio de regulamentação".
A deputada Mariana Mortágua questionou-o sobre se o motorista tinha sido alvo de retaliação. "Nunca foi evidente, mas as coincidências podem permitir essa interpretação. A ideia seria ou despedir ou passar para outro serviço o dito motorista porque não estava vacinado contra a covid. E, no segundo momento, reduzir a equipa de motoristas, passado talvez um ano. Isso pareceu-me talvez até mais preocupante que o episódio inicial", assumiu.
Recorde-se que o caso do motorista foi divulgado pela primeira vez por Alexandra Reis, na sua audição a 5 de abril. A ex-administradora contou que a CEO da TAP a informou que um motorista – que tinha feito uma denúncia de má utilização de um carro da empresa – "não estava vacinado contra a covid-19 e que por essas circunstâncias não podia continuar na empresa a exercer essas funções". "A situação foi contornada, fiz uma gestão e o rapaz decidiu vacinar-se", relatou.
Mais tarde, acrescentou que a pessoa em questão "nunca seria despedida por não se ter vacinado" pela TAP, visto que a vacinação não é obrigatória. "O que me foi pedido, na altura, foi para se avaliar a possibilidade deste motorista sair da empresa, e foi alertado que não seria possível promover a saída. Iniciei as minhas diligências para sanar a situação e quando foi considerada a possibilidade de o mudar de funções, não foi necessário porque o argumento da vacinação já estava exaurido", concluiu. Este motorista é familiar do presidente de um dos maiores sindicatos da TAP.
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