Apesar de a comissão de inquérito ter sido constituída na sequência da indemnização de meio milhão de euros à ex-administradora Alexandra Reis, tem como objeto avaliar as decisões da tutela política da gestão da TAP e, portanto, é expectável que os deputados questionem Miguel Frasquilho sobre o negócio com a fabricante de aviões Airbus, entre outros temas.
O antigo presidente do Conselho de Administração da TAP Miguel Frasquilho vai ser ouvido esta quinta-feira ao final do dia na comissão de inquérito à companhia aérea, onde esteve entre 2017 e 2021, tendo sido substituído por Manuel Beja.
Miguel Baltazar/Jornal de Negócios
Economista de formação, Miguel Frasquilho foi também deputado na Assembleia da República, pelo PSD, e secretário de Estado do Tesouro e Finanças entre 2002 e 2003, e assumiu o cargo de presidente do Conselho de Administração da TAP, em junho de 2017, por nomeação do Estado, detentor de 50% do capital.
Depois da reversão da privatização feita, em 2015, na reta final do Governo do PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho, o Conselho de Administração da TAP ficou composto por seis elementos indicados pelo Estado e outros seis escolhidos pelo consórcio Atlantic Gateway, dos empresários Humberto Pedrosa e David Neeleman, com uma participação de 45% (os restantes 5% pertenciam aos trabalhadores), sendo que o presidente nomeado pelo Estado tinha voto de qualidade.
Apesar de a comissão de inquérito ter sido constituída na sequência da indemnização de meio milhão de euros à ex-administradora Alexandra Reis, tem como objeto avaliar as decisões da tutela política da gestão da TAP e, portanto, é expectável que os deputados questionem Miguel Frasquilho sobre o negócio com a fabricante de aviões Airbus, entre outros temas.
Na carta de despedida aos trabalhadores, em junho de 2021, Miguel Frasquilho afirmou sair com a "tranquilidade do dever cumprido", explicando que a saída resultava da falta de conjugação de vontades para continuar entre o próprio e o Estado.
Na mesma carta, o antigo gestor lembrou os dois primeiros anos e meio na liderança do grupo TAP, em que a "convivência com os acionistas privados e os seus representantes foi sempre muito desafiante e enriquecedora".
No último ano e meio de mandato, marcado pela pandemia, Frasquilho sublinhou que as "prioridades foram as de salvar a TAP, o maior número possível de postos de trabalho e, através do duríssimo, mas indispensável Plano de Reestruturação entregue em Bruxelas, procurar garantir o futuro, a sustentabilidade e a rentabilidade da TAP".
No mesmo dia, o então ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, disse que a saída de Miguel Frasquilho da administração da TAP tinha sido uma decisão do Governo, salientando que pretendia "iniciar um novo ciclo", refrescando os órgãos sociais da empresa.
Miguel Frasquilho foi substituído no cargo por Manuel Beja, exonerado em abril, acompanhado no Conselho de Administração por Christine Ourmières-Widener, Ramiro Sequeira, Alexandra Reis, João Gameiro, José Manuel Silva Rodrigues, Silvia Mosquera González, Patrício Ramos Castro, Ana Teresa Lehmann, Gonçalo Pires e João Pedro da Conceição Duarte.
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