O Tribunal de Almada autorizou que antigo treinador leonino testemunhe por videoconferência ou através de Skype, caso se encontre no estrangeiro, no âmbito do julgamento do ataque à academia de Alcochete.
O Tribunal de Almada autorizou queJorge Jesustestemunhe por videoconferência ou através de Skype, caso se encontre no estrangeiro, no âmbito do julgamento do ataque à academia de Alcochete, a pedido do antigo treinador do Sporting.
No requerimento, a que a Lusa teve esta quinta-feira acesso, o advogado de Jorge Jesus pediu que a inquirição, marcada para as 14:00 de 7 de janeiro de 2020, seja "realizada por videoconferência, a partir do Tribunal Judicial de Almada, salvaguardando também, e desde já, a hipótese de, por motivos profissionais, na data agendada [o seu constituinte] não se encontrar em Portugal (facto que se desconhece atualmente), prestar o seu depoimento via Skype", refere o documento, que deu entrada no Tribunal de Almada em 20 de dezembro.
Por despacho datado de 23 de dezembro, a que a Lusa teve também hoje acesso, a juíza de círculo do Tribunal de Almada Teresa Maria Gouveia da Costa, com a concordância do Ministério Público, autorizou a inquirição à distância de Jorge Jesus.
"Defiro o requerido, em conformidade com o parecer do magistrado do Ministério Público, autorizando a inquirição de Jorge Fernando Pinheiro de Jesus através de telecomunicação em tempo real, a partir do palácio da Justiça de Almada, ou via Skype, se se encontrar ausente no estrangeiro, facto que deve confirmar nos autos com a antecedência suficiente, indicando as referências de contacto necessárias à realização da diligência", pode ler-se na decisão.
A juíza adverte, contudo, que, caso o coletivo de juízes entenda "ser essencial à descoberta da verdade", pode solicitar a presença de Jorge Jesus na sala de audiência.
No mesmo despacho, a juíza mantém a prisão preventiva a Nuno Mendes, conhecido como Mustafá e líder da claque Juventude Leonina, em resposta a um segundo requerimento interposto pela defesa do arguido a pedir a alteração da medida de coação.
O julgamento, que começou em 18 de novembro deste ano, prossegue na manhã de 06 de janeiro de 2020, com os testemunhos de Márcio Sampaio, preparador físico, e do jogador André Pinto, enquanto durante a tarde o coletivo de juízes irá ouvir o internacional português Rui Patrício, atualmente ao serviço do Wolverhampton, de Inglaterra.
Para a manhã de 07 de janeiro, está marcada a inquirição do futebolista Ruben Ribeiro e, à tarde, de Jorge Jesus, treinador do Sporting na altura da invasão e que atualmente orienta o Flamengo, do Brasil.
Para 08 de janeiro estão agendados os testemunhos do jogador italiano Cristiano Piccini, entretanto transferido para o Valência, e, à tarde, de Mário Monteiro, preparador físico, que, à semelhança de Márcio Sampaio, faz parte da equipa técnica dos brasileiros do Flamengo, liderada por Jorge Jesus.
Está previsto que os futebolistas sejam ouvidos via Skype.
O processo pertence ao Tribunal de Almada, mas por "questões de logística e de segurança" o julgamento está a realizar-se no Tribunal de Monsanto, em Lisboa.
A acusação do Ministério Público (MP), assinada pela procuradora Cândida Vilar, conta que, em 15 de maio de 2018, a equipa de futebol do Sporting foi atacada na Academia do clube, em Alcochete, distrito de Setúbal, por elementos do grupo organizado de adeptos da claque Juventude Leonina e do subgrupo Casuais (Casuals), que agrediram técnicos, jogadores e 'staff'.
O antigo presidente do Sporting Bruno de Carvalho, Nuno Mendes 'Mustafá' e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos, estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.
Os três arguidos respondem ainda por um crime de detenção de arma proibida agravado e Mustafá também por um crime de tráfico de estupefacientes.
A acusação considera que os 41 arguidos que se deslocaram à Academia agiram mediante um plano "previamente traçado" e cumpriram os objetivos de "criar um clima de medo e terror" junto de jogadores e equipa técnica, de agredi-los com tochas, cintos, paus e bastões e de "privar os ofendidos de liberdade" enquanto decorriam as agressões.
Sporting: Jorge Jesus vai testemunhar por videoconferência ou por Skype
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.