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Só 11% dos filhos de famílias pobres e com o 9.º ano chegam ao ensino superior

A educação e também a situação financeira das famílias são canais usados na transmissão intergeracional da pobreza e privação, com o estudo a concluir que apenas 10,9% dos filhos de pais com o 9.º ano de escolaridade e situação financeira má conseguiram frequentar o ensino superior.

A escolaridade dos pais condiciona a dos filhos, sendo que nas famílias de rendimentos e escolaridade mais baixa apenas 11% dos filhos tem o ensino superior, segundo um estudo do Banco de Portugal (BdP), esta quinta-feira divulgado.

O estudo, que integra o Boletim Económico de junho (a ser divulgado na próxima semana), incide sobre a transmissão intergeracional da pobreza e da privação material e social em Portugal, e conclui que quem viveu numa família de menores rendimentos tem maior probabilidade de risco de pobreza em adulto.

A educação e também a situação financeira das famílias são canais usados na transmissão intergeracional da pobreza e privação, com o estudo a concluir que apenas 10,9% dos filhos de pais com o 9.º ano de escolaridade e situação financeira má conseguiram frequentar o ensino superior.

Já aqueles cujos pais tinham o mesmo nível de escolaridade mas uma situação financeira boa, um terço (31,1%) conseguiu frequentar o ensino superior.

Se os pais tiverem o ensino superior, a percentagem de filhos que frequenta a mesmo nível de ensino supera os 70% quer a situação financeira da família fosse má (74,8%) quer fosse boa (79,8%).

O estudo mostra ainda que o risco de pobreza aumenta de 12,5% para 19,2% para quem vem de famílias com situação financeira boa ou má, respetivamente, ou seja, mais 6,7 pontos percentuais.

Já a taxa de privação material e social é 13,7 pontos percentuais mais elevada consoante a família tenha uma situação financeira má ou boa.

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