Sábado – Pense por si

Seguro pede soluções para falhas na saúde

"Há falhas no SNS que precisam de ser corrigidas e há equipamentos que não funcionam", lamentou.

O candidato presidencial António José Seguro considerou hoje que Portugal não se pode transformar num "país de pés de barro" e rejeitou que se considerem normais as falhas na saúde, defendendo que sejam atacadas "as causas dos problemas".

António José Seguro pede soluções para falhas no Serviço Nacional de Saúde
António José Seguro pede soluções para falhas no Serviço Nacional de Saúde JOSE COELHO/LUSA_EPA

Em declarações à agência Lusa a propósito do dia de campanha que dedicou hoje à comunidade portuguesa em Bruxelas, Seguro foi questionado sobre os desenvolvimentos quanto ao caso da morte da grávida no Hospital Amadora Sintra, recusando comentar a parte da polémica e o debate entre Governo e partidos.

"A outra parte é de uma enorme gravidade. Nós temos tido nos últimos meses notícias trágicas e situações que são completamente anormais, mas que parece que estão a criar uma nova normalidade", criticou.

Na perspetiva do candidato presidencial, "é preciso parar de fingir e não esconder o sol com a peneira" porque "há falhas no Serviço Nacional de Saúde que precisam de ser corrigidas e depois há equipamentos que não funcionam".

"Hoje vi uma notícia que, se a ser verdade, de um helicóptero que estava no Algarve e que mesmo que as condições meteorológicas fossem favoráveis, não podia levantar o voo. Ora, isto é uma coisa inaceitável, isto é o típico de um país de pés de barro e nós não podemos transformar-nos num país de pés de barro", condenou.

Para Seguro é preciso "atacar as causas dos problemas e não os sintomas dos problemas".

"Temos que passar para lá da espuma do dia-a-dia e encontrar soluções duradouras. É por isso que eu há mais de um ano ando a falar num pacto para a saúde, mas não é um pacto de conversa fiada", reiterou.

Este pacto, de acordo com o candidato presidencial apoiado pelo PS, passaria por "medidas muito concretas, muito claras e muito objetivas com financiamento para poder ser concretizado".

"E que se traduza, no final, num melhor acesso dos portugueses aos cuidados de saúde", explicou, considerando que "chega de palavras" e que "é preciso ações".

Sobre esta volta que tem feito junto da diáspora e que já o levou à Suíça, a França e na terça-feira chegará à Bélgica, Seguro defendeu que "onde está um português, está Portugal".

"Não podemos tratar os portugueses conforme estão dentro de Portugal ou estão fora de Portugal. Infelizmente, há muitas situações de discriminação e de obstáculos que ainda fazem com que tenhamos portugueses de segunda e portugueses de primeira", condenou.

Problemas para fazer pagamentos ao Estado, na marcação à distância de consultas ou mesmo na renovação dos documentos são alguns dos relatos que tem ouvido nestes encontros e que "atrapalham a vida das pessoas".

"Esta é uma mensagem que eu tenho deixado às pessoas: o Estado tem que funcionar para que as pessoas que precisam de tratar assuntos tão simples o possam fazer como se faz em Portugal. Isto não custa dinheiro, é uma questão de sensibilidade e de encontrar aqui as soluções", defendeu.

Quanto às gerações mais jovens, o antigo líder do PS disse que lhe têm transmitido que querem "uma economia que seja competitiva" para que, sendo "mais produtiva", possa gerar melhores salários e os emigrantes tenham "oportunidades de regressar a Portugal".

Sobre estas eleições, Seguro apontou para o problema "da dualidade de votar por correspondência para as legislativas e a necessidade de votar presencialmente para as presidenciais", dando como exemplo emigrantes que, em Paris, "têm que andar centenas de quilómetros para ir votar e depois estão horas e horas e horas nas filas".

"Há uma reivindicação muito grande de que se possa utilizar o voto eletrónico ou então outras formas mais expeditas que aumentem a participação dos eleitores. (...) Eu situo-me ao nível do princípio que é: temos que incentivar o voto e criar um mecanismo que seja igual para uma eleição e para outra e não haver aqui dois mecanismos", enfatizou, considerando que a solução a adotar deverá ser decisão da administração eleitoral.

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