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Rui Tavares: Livre tem de estar "pronto para governar"

Andreia Antunes
Andreia Antunes 11 de maio de 2024 às 18:10
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No 14.º congresso do partido, será votado o programa eleitoral para as eleições europeias de junho e eleitos os novos órgãos dirigentes para 2024-2026.

Rui Tavares, deputado do Livre e candidato à direção do partido, defendeu este sábado no 14.º congresso do Livre que o partido tem que passar "de médio a grande" e que tem que estar "pronto para governar".

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O congresso decorre na Costa da Caparica, em Almada, até domingo, dia 12. O deputado reconheceu que "as legislativas podem ocorrer antes das autárquicas [de 2025] ou depois", tendo acusado Luís Montenegro, primeiro-ministro, de estar "permanentemente em campanha, em vez de governar".

"As legislativas podem ocorrer antes das autárquicas ou depois. O que é que o Livre tem que ter? Tem que estar preparado para governar", garantiu Rui Tavares. "Tem que passar de ser um partido que é de projeto e de proposta, que sempre fomos, a ser de implementação, de poder e de governação. E isso é um trabalho que nos dá uma responsabilidade muito maior."

Rui Tavares aproveitou o congresso para criticar André Ventura e o partido Chega. "O que não faz falta é discutir se passado 900 anos de História o chefe de Estado é traidor à pátria, como se tivesse entregado as Selvagens às Canárias".

Estas críticas surgem no âmbito da queixa-crime de "traição à pátria" contra Marcelo Rebelo de Sousa interposta pelo Chega, estando em causa as declarações do Presidente da República sobre Portugal liderar um processo de reparações históricas devido ao passado colonialista.

Rui Tavares ainda aproveitou para criticar Sebastião Bugalho e António Tânger Corrêa, cabeças de lista às eleições europeias, que vão decorrer em junho, da Aliança Democrática, e do Chega, respetivamente.

"Não há uma única pessoa na lista do Livre que não tenha uma proposta de democratização da Europa ou que não ache que a Europa não deva investir num Pacto Verde", começou por referir. "Não há listas em que o cabeça de lista é putinista e o número dois anda a tentar dizer que o que aquele disse de antissemita não era antissemita. Não temos gente que aprendeu a falar sobre a Europa há dias, ou que já disse que a União Europeia era a maior inimiga da Europa ou gente que nunca teve certeza se era mais nacionalista ou europeísta na sua família política."

Perante a polémica das primárias devido à eleição do cabeça de lista para as europeias, Francisco Paupério, Rui Tavares afirmou que "é um processo que será afinado a seu tempo", não abdicando da abertura do partido à sociedade. "A primeira função de liderança do Livre é ter outras vozes e outras pessoas."

O 14.º congresso do Livre, onde será votado o programa eleitoral para as eleições europeias de 2024 e apresentados os candidatos, ocorre após o partido ter alcançado o melhor resultado eleitoral de sempre nas legislativas a 10 de março, tendo conquistado pela primeira vez um grupo parlamentar, composto por Rui Tavares, Isabel Mendes Lopes, Jorge Pinto e Paulo Muacho.

Além do programa eleitoral para as europeias, o Livre também irá eleger os novos órgãos dirigentes para o mandato de 2024-2026.

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