O comandante da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana, Balla Keita, indica que o acordo de paz não resolve tudo no país.
O comandante da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana (MINUSCA) afirmou que os militares portugueses são enviados para as missões mais difíceis, explicando que o acordo de paz não resolve tudo no país.
O general Balla Keita, líder da MINUSCA, foi homenageado pelo Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), que visitou as tropas portuguesas na República Centro-Africana (RCA) no sábado.
"É um grande dia para mim, porque estou honrado por receber esta condecoração. Tenho muito respeito pelos portugueses e os seus militares são profissionais, dedicados e ajudaram-me a conseguir muito nesta missão", disse em declarações à agência Lusa.
O general senegalês elogiou os militares portugueses, que constituem a Força de Reação Rápida na missão, referindo que são enviados para as situações mais complicadas.
"Estão sempre nas missões difíceis e quando digo que eles são os meus ‘Ronaldos’, é a verdade, não são apenas palavras. São grandes jogadores desta equipa que temos aqui. Foram sempre enviados para as missões mais difíceis, eles vieram cá para isso e nunca falharam. Cumprem sempre a missão", salientou.
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.
O conflito neste país, com o tamanho da França e uma população que é menos de metade da portuguesa (4,6 milhões), já provocou 700 mil deslocados e 570 mil refugiados e colocou 2,5 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária.
O Governo centro-africano controla cerca de um quinto do território. O resto é dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.
O acordo de Cartum foi assinado no início de fevereiro pelo governo da RCA e por 14 grupos armados. Um mês mais tarde, as partes entenderam-se sobre um governo inclusivo, no âmbito de um processo de paz.
Balla Keita salientou que existem muitas mudanças na RCA, mas explicou que, apesar da situação estar melhor, ainda existe muito por fazer.
"Existe um processo de paz, mas as pessoas não podem pensar que está tudo resolvido. Depois de cinco anos a lutar, só porque assinaram um papel, não podem pensar que está tudo bem. Todos os processos passam por diversos desafios e nós estamos no caminho certo", frisou.
Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da MINUSCA, cujo 2.º comandante é o major-general do Exército Marco Serronha.
Portugal integra a MINUSCA, com a 5.ª Força Nacional Destacada (FND), e lidera a Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana (EUMT-RCA), que é comandada pelo brigadeiro-general Hermínio Teodoro Maio.
A 5.ª Força Nacional Destacada integra 180 militares do Exército (22 oficiais, 44 sargentos e 114 praças, das quais nove são mulheres) e três da Força Aérea.
RCA: "Militares portugueses são enviados para as missões mais difíceis"
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Brigitte e Emmanuel nada têm a ganhar com este processo que empestará ainda mais a atmosfera tóxica que rodeia o presidente, condenado às agruras políticas de um deplorável fim de mandato
Esta ignorância velha e arrastada é o estado a que chegámos, mas agora encontrou um escape. É preciso que a concorrência comece a saber mais qualquer coisa, ou acabamos todos cidadãos perdidos num qualquer festival de hambúrgueres