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Quando o "beato" Ventura elogiava o Integralismo Lusitano

Alexandre R. Malhado
Alexandre R. Malhado 17 de janeiro de 2021 às 13:19

Corava a cada palavrão e tinha pouca vida social. Era contra a flat tax e aprovava a despenalização do aborto. Mas já simpatizava com os camisas azuis do Integralismo Lusitano.

Em 2004, André Ventura era um universitário "sonhador" da Universidade Nova de Lisboa. Pelo menos, é assim que se caracteriza num trabalho intitulado Integralismo Lusitano: Subsídios para uma teoria política. O movimento, monárquico, de direita radical e contornos fascistas, definia-se como nacional-sindicalista e a sua imagem eram os "camisas azuis". "Somos a mesma geração de sonhadores, agora com outros horizontes, mas com a mesma força e o mesmo vigor com que outrora os nossos colegas ergueram, não sem incómodo suor, a bandeira integralista", escreveu então, sobre aquela que considera uma "geração fantástica". Se em 2021, André Ventura é um extrovertido líder partidário de extrema-direita que se fez candidato a Belém, em 2004 era um tímido universitário no curso de Direito, que debatia com os colegas a importância da social-democracia, catolicismo e... até da despenalização do aborto.

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