Apesar de pretender combater o "discurso do ódio" anti-imigração, Gouveia e Melo rejeita uma política maniqueísta de "sim" ou "não" aos imigrantes.
O candidato a Belém Henrique Gouveia e Melo distancia-se por completo do discurso anti-imigração, mesmo que isso signifique a perda de votos na corrida presidencial.
Gouveia e Melo recusa discurso anti-imigração, mesmo que isso afete a sua campanha presidencialANDRÉ KOSTERS/LUSA
Em entrevista à agência Lusa, quando confrontado com a possibilidade de o discurso contra os imigrantes render votos, o ex-chefe do Estado-Maior da Armada responde: "Então vou perder votos".
Citando estudos económicos, o almirante na reserva indica que Portugal, para chegar ao topo dos países europeus, "precisa de crescer no mínimo a 3% ao ano, isto se a Europa crescer entre 1 e 1,5%".
"E nós estamos a crescer 1,5% ou menos por ano", assinalou, acrescentando: "a economia portuguesa tem que se desenvolver e nós precisamos dos imigrantes para desenvolver essa economia", declarou, apontando os contributos fundamentais dessa comunidade também para o equilíbrio do saldo da Segurança Social e para que se possam continuar a pagar pensões.
"Nós precisamos dos imigrantes para nos desenvolvermos. A imigração não é um problema, é uma oportunidade", acentuou.
Apesar de pretender combater o "discurso do ódio" anti-imigração, Gouveia e Melo rejeita uma política maniqueísta de "sim" ou "não" aos imigrantes, manifestando-se contra a entrada de estrangeiros que promovam a intolerância, como é o caso da violência contra mulheres.
Mas também rejeita uma relação entre imigração e criminalidade, defendendo que a "palavra-chave" nesta área deve ser "integração".
"Eu sou racional. Se me provarem que há um conjunto de imigração que é prejudicial ao Estado, claro que eu não quero essa imigração, mas têm que me provar, não é porque eu não gosto de imigrantes, ou porque a população portuguesa está aborrecida com um tipo de imigrantes e acha que todos os imigrantes são maus", disse.
Para o almirante, a política de imigração deve passar por verificar quais os estrangeiros que podem transformar Portugal numa "economia de mais valor acrescentado, mais produtiva" e evitar os que venham "embaratecer a mão-de-obra e permitir que empresas de mais baixo valor continuem a prosperar".
"A população portuguesa não se pode esquecer de uma coisa: que os emigrantes mandaram mais dinheiro para Portugal por ano do que todos os fundos da União Europeia. Nós dependemos não só dos imigrantes cá, que contribuem para a nossa economia e para a segurança social, como dependemos muito dos nossos emigrantes que foram aceites noutras sociedades".
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