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Portugueses confiam cada vez menos na resposta dos serviços de saúde

29 de janeiro de 2021 às 19:05
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Escola Nacional de Saúde Pública considera os valores "muito graves". Estudo indica que confiança na vacina contra a covid-19 aumentou: 70% dos portugueses querem tomar a vacina assim que estiver disponível.

Os portugueses confiam cada vez menos na capacidade de resposta dos serviços de saúde face ao agravamento da pandemia de covid-19 no país, revelou hoje a diretora da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), Carla Nunes.

Numa audição conjunta com outros especialistas em saúde pública na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia e do processo de recuperação económica e social, a investigadora detalhou os números mais recentes do barómetro covid-19 do ponto de vista da opinião social e traçou um cenário crítico em termos de confiança dos cidadãos.

"Temos um nível de confiança na capacidade de resposta dos serviços de saúde muito grave. Ao nível de covid temos 58% dos portugueses a responder "pouco ou nada confiante" e 80% em relação à resposta não covid. Estes são valores da última quinzena, de 09 a 22 de janeiro, e são valores muito graves", afirmou Carla Nunes na sua intervenção inicial aos deputados.

Ao nível da perceção social, a investigadora destacou também que "a perceção do estado de saúde dos portugueses e da sua saúde mental tem piorado" ao longo da pandemia. De acordo com o estudo, os mais jovens são quem mais indica a existência de estados de ansiedade e ainda se regista que "um em cada três acha que não tem probabilidades de ter um caso severo de covid-19".

Por outro lado, a responsável da ENSP assinalou que "a adesão e a confiança cada vez mais fortes" da população em relação às vacinas contra a covid-19, sublinhando que 70% dos inquiridos no estudo dizem que tomam logo a vacina assim que estiver disponível e "somente 16% a dizer que não confia" nas vacinas.

Finalmente, Carla Nunes apontou entre as maiores preocupações a "adoção das medidas", as "sequelas a longo prazo", as "desigualdades" e, sobretudo, o plano de recuperação nas áreas de resposta à covid e às outras patologias.

"Tem desde já de ser montado com bastante antecedência, dada a situação em que estamos", resumiu, vincando a preocupação com o excesso de mortalidade: "Não é um evento binário covid e não covid".

Em Portugal, morreram 11.886 pessoas dos 698.583 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

JYGO/HN // JMR

Lusa/Fim

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