O secretário-geral do PCP lembrou o julgamento do líder histórico comunista Álvaro Cunhal e o seu exemplo de luta, que "é sempre necessária" e "não pode ficar de quarentena".
O secretário-geral do PCP lembrou hoje o julgamento, pelo "tribunal fascista" em 1950, do líder histórico comunista Álvaro Cunhal e o seu exemplo de luta, que "é sempre necessária" e "não pode ficar de quarentena".
A data de 05 de maio de 1950 é evocada com uma declaração em vídeo na página do PCP na Internet e nas redes sociais feita pelo atual líder, Jerónimo de Sousa, em que explica a importância da data para o partido que "nunca virou a cara à luta".
"Um ensinamento que Álvaro Cunhal nos legou com a sua palavra e o seu exemplo é que, sejam quais forem as circunstâncias existentes em cada momento, a luta é sempre necessária -- e vale sempre a pena, porque será ela e a força que dela emana, em última instância, que determina a evolução dos acontecimentos", afirmou.
E, em tempos de pandemia, em que milhares de portugueses foram infectados pela covid-19, que já fez mais de mil mortos em Portugal, Jerónimo alertou que se vive uma "situação difícil", em que "os perigos são imensos".
"Este é um momento para afirmar que a luta não está, nem pode ficar de quarentena", disse ainda o secretário-geral comunista, que termina o vídeo com a afirmação de que o partido "nunca virou a cara à luta" e que não é só "para resistir".
Álvaro Cunhal (1914-2005) tinha sido preso 14 meses, em 1949. Esta foi a sua terceira detenção como dirigente do PCP e o processo fê-lo passar 11 anos na prisão do forte de Peniche antes, de onde fugiu em janeiro de 1960.
Em maio começou o julgamento pelo tribunal plenário, na Boa Hora, em Lisboa, que utilizou como tribuna para divulgar as ideias do partido e acusar o regime de António Salazar.
E terminou a sua intervenção com o dedo apontado ao ditador, afirmando que quem deveria estar sentado no banco dos réus não era ele nem os comunistas, "mas os actuais governantes da nação e o seu chefe, Salazar".
Passados 70 anos sobre o início do julgamento, Jerónimo de Sousa recordou hoje que "Álvaro Cunhal estava preso há 14 meses, em total incomunicabilidade, e fora submetido a brutais torturas", "fechado numa cela onde o sol não entrava e a luz de vigília estava acesa 24 horas sobre 24 horas, sem lápis nem papel".
"Ele memorizou a sua longa intervenção e, em pleno tribunal, sentou o regime salazarista no banco dos réus, protagonizando um dos mais significativos actos de resistência ao regime fascista e de confiança no futuro da luta de libertação do nosso povo", recordou.
Cunhal, sublinhou ainda o secretário-geral dos comunistas, "levava à prática aquilo que, em teoria, apontava como a atitude a tomar frente a um odioso regime: fazer de todos os momentos e de todos os espaços, um tempo de resistência e de luta".
PCP recorda Cunhal como exemplo de luta que "não pode ficar de quarentena"
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Brigitte e Emmanuel nada têm a ganhar com este processo que empestará ainda mais a atmosfera tóxica que rodeia o presidente, condenado às agruras políticas de um deplorável fim de mandato
Esta ignorância velha e arrastada é o estado a que chegámos, mas agora encontrou um escape. É preciso que a concorrência comece a saber mais qualquer coisa, ou acabamos todos cidadãos perdidos num qualquer festival de hambúrgueres