Renegociar a dívida portuguesa "nos seus prazos, nos seus juros, nos seus montantes é uma condição patriótica que o Governo deve assumir", afirma Jerónimo de Sousa
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, reiterou hoje, em Bragança, que Portugal precisa de resolver o problema da dívida e que a renegociação da mesma "é uma condição patriótica que o Governo deve assumir".
O líder comunista falava, em Bragança, num comício da CDU, a coligação autárquica que junta o Partido Comunista (PCP) e o Partido Ecologistas Os Verdes (PEV) e que junto com o Bloco de Esquerda assinaram o entendimento de Governo com o PS.
O secretário-geral do PCP defendeu hoje que renegociar a dívida portuguesa "nos seus prazos, nos seus juros, nos seus montantes é uma condição patriótica que o Governo deve assumir, que as instituições devem assumir porque se torna insustentável, para dar resposta aos problemas do país, manter esta sangria desatada da dívida e do serviço da dívida".
Jerónimo de Sousa vincou que Portugal tem "uma dívida que é das maiores do mundo" e que o país paga "só de serviço da dívida oito mil milhões de euros por ano, que daria para pagar todo o Serviço Nacional de Saúde [SNS], durante um ano, todas as despesas que decorrem do SNS".
"Poderíamos permitir o aumento do investimento, mas não, vai para esse saco roto, sem fundo que é o serviço da dívida. E nem sequer baixamos a dívida, estamos a falar só do serviço da dívida", apontou.
O líder do PCP reiterou ainda que o país precisa também de se libertar "das correntes da política do Euro, a submissão ao Euro porque, passados estes anos todos em que se cantou que Portugal ia para a linha da frente, que Portugal estava na moda com o Euro, que isto ia ser sempre a aviar" verifica-se "que Portugal não cresceu devido à política do Euro".
O resultado "era inevitável", segundo Jerónimo de Sousa por se "estar a comparar economias tão diferentes, com um grau de desenvolvimento tão diferente, como por exemplo a Alemanha ou Portugal, e pensar que com essas diferenças poderia haver uma moeda única".
"A moeda única existe, mas apenas beneficia uma parte que são os poderosos, neste caso concreto a Alemanha", acrescentou.
Jerónimo defendeu ainda que Portugal "não pode continuar sujeito a este regabofe da banca", em que se permite que os bancos sejam "entregues ao estrangeiro, ficando as dívidas para o povo português, para que o país pague".
O secretário-geral do PCP entende que o caminho para o desenvolvimento e crescimento económico "só é possível produzindo mais e melhor" e as possibilidades existentes nas "riquezas naturais no subsolo, no mar, capacidades na agricultura, na indústria, agora também no turismo".
Jerónimo de Sousa afirmou ainda que o PCP "não perderá nenhuma oportunidade de continuar a lutar por mais direitos, por melhores rendimentos", mesmo que "divergindo com o Governo minoritário do PS em muitas situações".
"Nós temos um grau de compromisso e de convergência com o PS que está inscrito na posição conjunta que assumimos, mas lá está escrito que o PCP não abdica da sua autonomia, da sua independência, sublinhando que o primeiro e principal compromisso do PCP é com os trabalhadores e com o povo e não com qualquer Governo que exista", sublinhou.
PCP insiste que Portugal tem de resolver problema da dívida
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