Sábado – Pense por si

OE2020: Manuela Ferreira Leite defende que Governo devia demitir Centeno

"É um orçamento que tem sido muito de faz de conta e ao ter muito de faz de conta não o levo muito a sério", apontou a antiga ministra das Finanças.

A antiga ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite afirmou esta terça-feira que o Governo deveria reunir-se para despedir o atual titular da pasta responsável pelas contas do Estado, Mário Centeno.

"O nosso ministro Centeno deveria ter uma reunião à volta dele para o despedir, porque seguramente não vai conseguir manter-se muito tempo enquanto ministro das Finanças", disse a ex-ministra social democrata em Lisboa durante um debate organizado pela Confederação do Comércio e Serviços de Portugal sobre o Orçamento do Estado (OE) para 2020.

A declaração de Ferreira Leite surgiu quando um dos participantes no debate se referiu à forma como são avaliados os ministros com a pasta das Finanças na Alemanha. Na sua intervenção, a antiga governante lamentou na sua intervenção a grande "imprevisibilidade" do OE, que nos últimos anos de acordo com a sua opinião tem sido um documento "de faz de conta".

"É um orçamento que tem sido muito de faz de conta e ao ter muito de faz de conta não o levo muito a sério. E isso é o pior do ponto de vista da atividade económica. Para os investidores e para os agentes económicos é fatal que não se acredite no orçamento, porque uma parte importantíssima não é executada", disse Ferreira Leite, referindo que não fala de "diferenças normais" que surgem entre o orçamento e a sua execução, mas sim das "chamadas cativações".

"Tem sido feito apenas para português ver, e executado para a Europa ver", acrescentou.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
No país emerso

Por que sou mandatária de Jorge Pinto

Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.