Sábado – Pense por si

O circuito da (boa) madeira ardida

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes 02 de setembro de 2025 às 23:00

A madeira queimada em incêndios entra na indústria e está em muito do que consumimos. Quem está no setor explica que aproveitá-la é imperativo, dada a falta de madeira verde.

José Augusto, 76 anos, tinha voltado há poucas horas do outro lado da fronteira quando atendeu a SÁBADO. “O concelho de Monterrei, com três mil hectares, ardeu todo, Castrelo [do Val] quase todo”, contou, referindo-se ao enorme incêndio deste verão na Galiza, que durou 17 dias e consumiu 19 mil hectares. A Serração do Tâmega, de que José Augusto é proprietário, fica no distrito de Vila Real e corta 90% da madeira em Espanha. O empresário diz que os serviços florestais de Ourense já cancelaram um leilão de pinho verde que estava programado – a prioridade será o escoamento da madeira queimada. “Temos de poupar a pouca verde que temos”, diz José Augusto. “Não gosto de trabalhar com madeira queimada, mas infelizmente temos de trabalhar com ela – já trabalho com madeira queimada há muitos anos”, acrescenta.

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