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MP abre inquérito ao curso de Medicina no Porto

Lusa 12:55
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Inquérito vai investigar o caso dos 30 candidatos do concurso especial de acesso a Medicina para licenciados que não entraram no curso.

A Procuradoria Geral da República (PGR) confirmou hoje à Lusa que existe um inquérito a correr no Ministério Público relacionado com o caso dos 30 candidatos ao curso de Medicina na Universidade do Porto (U. Porto).

MP investiga acesso ao curso de Medicina na Universidade do Porto após denúncias
MP investiga acesso ao curso de Medicina na Universidade do Porto após denúncias DR

"Confirma-se existência de inquérito relacionado com matéria" referente aos 30 candidatos do concurso especial de acesso a Medicina para licenciados que não entraram no curso, lê-se numa resposta por escrito da PGR enviada à Lusa.

O reitor da U.Porto, António de Sousa Pereira, denunciou ter recebido pressões de várias pessoas para deixar entrar na Faculdade de Medicina 30 candidatos que não tinham obtido a classificação mínima na prova exigida no curso especial de acesso, avançou o semanário Expresso no início do mês. A nota mínima na prova, segundo o regulamento publicado em Diário da República, é de 14 valores. Apenas sete estudantes tiveram essa nota.

Houve 30 pessoas que receberam um e-mail da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) a dizer que tinham entrado na Licenciatura de Medicina, mas esse e-mail não foi homologado pelo Reitor da U.Porto como manda a lei.

Fonte da Reitoria da U.Porto disse hoje à Lusa ter sido recebida uma denúncia com "factos novos" sobre o caso dos 30 candidatos, que podem ser crime, e que remeteu essa informação ao Ministério Público, como é "obrigação legal".

"Confirmamos que, na passada sexta-feira, 12 de setembro, a Reitoria da Universidade do Porto enviou uma participação ao Ministério Público e à Inspeção-Geral da Educação e Ciência, relativa ao Concurso Especial de Acesso para Titulares do Grau de Licenciado da Faculdade de Medicina da U.Porto, referente ao ano letivo de 2025/2026", lê-se numa resposta por escrito enviada hoje à Lusa.

Segundo fonte oficial da Reitoria, a participação, realizada no cumprimento das obrigações legais da Universidade, "decorre da receção de uma denúncia que inclui novos elementos suscetíveis de configurar indícios de natureza criminal relacionados com o referido procedimento administrativo".

A Reitoria da Universidade do Porto acrescenta que não vai prestar "quaisquer comentários adicionais enquanto o inquérito conduzido pelo Ministério Público estiver em curso".

O Jornal de Notícias avançou hoje que o concurso especial de acesso a Medicina para licenciados está já na esfera do MP e que o processo resultou de uma denúncia que chegou à universidade.

O Senado Académico da U.Porto reuniu-se na quarta-feira para ouvir a Reitoria e a direção da Faculdade de Medicina sobre o caso dos 30 candidatos ao curso de Medicina, mas aquele órgão não tomou qualquer resolução.

A reunião "correu civilizadamente e o senado não fez qualquer resolução ou declaração", disse hoje à Lusa fonte da Reitoria, acrescentando que o reitor da U. Porto, António de Sousa Pereira, não iria fazer nenhuma declaração ou comunicado sobre o tópico discutido.

A 06 de setembro, a Federação Académica do Porto (FAP) e as associações de estudantes da U.Porto pediram a convocação urgente de um Senado Académico para que os dirigentes responsáveis -- Reitoria da U. Porto e direção da Faculdade de Medicina da U. Porto (FMUP) - viessem explicar as polémicas do caso dos 30 candidatos a Medicina informados que tinham entrado no curso especial de acesso sem a homologação da Reitoria da U.Porto.

A Lusa contactou hoje fonte oficial da FMUP para saber as conclusões da reunião do conselho cientifico da FMUP de quarta-feira, onde se ia discutir a descida da nota mínima de 14 para 10 valores, permitindo assim diversificar o perfil dos estudantes que entra no curso, mas até ao momento não foi possível.

Segundo o Jornal Público avançou na quarta-feira, o diretor da FMUP confirmou que foi aprovado, por unanimidade, que a nota mínima passasse de 14 para 10 valores, alterando o regulamento do concurso especial para os candidatos licenciados, mas carecia da homologação do reitor.

A polémica deste caso vai ser discutida no parlamento, com o ministro da Educação, Fernando Alexandre, e o reitor da U.Porto a serem chamados. Segundo avançou a FAP, o presidente da federação, Francisco Fernandes, vai ser ouvido dia 23 de outubro.

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