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Tinha 86 anos e estava internado nos cuidados paliativos de um hospital privado. Chegou a ser condenado a 17 anos de prisão pelo envolvimento na organizaçã terrorista.
Morreu esta, sexta-feira, José Mouta Liz, um dos fundadores das FP-25. Tinha 86 anos e, segundo oExpresso,estava internado nos cuidados paliativos da CUF Tejo, em Lisboa. A notícia da sua morte foi partilhada no Facebook por Manuel Castelo-Branco, filho de Gaspar Castelo-Branco, diretor dos serviços prisionais, morto a tiro pelas FP-25.
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Numa longa publicação, Manuel Castelo-Branco lembra o percurso de Mouta Liz, que esteve ao lado de Otelo Saraiva de Carvalho e Pedro Goulart na formação das Forças Populares 25 de Abril (FP-25). Acabaria condenado pelo Supremo Tribunal de Justiça a 17 anos de prisão efetiva, por ter estado envolvido no assalto a uma carrinha de transporte de valores, do Banco Fonsecas & Burnay, que transportava um montante de 108 mil contos (cerca de 539 mil euros). Acabou depois amnistiado pela Assembleia da República, ao abrigo de uma lei que amnistiava as infrações com motivações políticas cometidas entre junho de 1976 e 21 de julho de 1991.
Militou no MES (Movimento de Esquerda Socialista) e no MSU (Movimento Socialista Unificado). Dois anos mais tarde, torna-se um dos dirigentes máximos da Organização Unitária dos Trabalhadores (OUT), que viria a resultar no Projeto Global. Era economista e trabalhou no Banco de Portugal, de onde aliás fugiu quando soube que a Polícia Judiciária aí tinha ido para o prender, em 1984.
Voltaria à ribalta apenas em 2008 quando em público insultou José Sócrates, então primeiro-ministro. Durante a sessão de abertura do seminário promovido pela Fundação Mário Soares sobre "Os desafios do desenvolvimento - as dinâmicas sociais e o sindicalismo", gritou "propaganda" e outros insultos direcionados ao governante.
Manuel Castelo-Branco escreve, na publicação no Facebook, que "só podemos perdoar quem se tenha arrependido. Não foi o caso, como também Otelo ou Pedro Goulart. Nenhuma morte me deixa contente, mas neste caso, ajuda a fechar um ciclo e arrumar uma dor que o tempo não cura". Recordando depois algumas das vítimas das FP-25: "Este não deixa de ser um dia em que me lembro do meu Pai, a Susana lembrar-se-á do seu Pai, o Alexandre Souto, o Luis do seu Pai, o Diamantino, e lembram-se também os filhos, a mulher de Henrique Nascimento Hipólito, soldado da GNR; do Agostinho Francisco Ferreira, soldado GNR, do José Lobo dos Santos, vendedor, assassinado durante um assalto na Malveira; do Adolfo Dias e o Francisco Ouvidor Silva, soldados da GNR, assassinados por vingança através da explosão de carro armadilhado na Malveira; Fernando Abreu, construtor civil, assassinado a tiro na sequência de um assalto na Póvoa de Santo Adrião, o bebé Nuno Dionísio morto com apenas meses, quando uma bomba explodiu junto à parede exterior onde estava a sua cama; o Rogério Canha e Sá, um homem extraordinário, assassinado a tiro à porta de casa, porque a empresa pública do qual era administrador, estava com salários em atraso, o Alexandre Souto, talvez o crime mais violento e cruel, morto de mão dada com a filha, o José Manuel Rosa Barradas arrependido morto com uma rajada de metralhadora na Costa da Caparica, o meu Pai, morto à porta de casa com dois tiros na nuca, ou o Álvaro Militão agente da PJ que num ato de coragem em perseguição a um comando das FP25, foi morto à queima roupa".
Morreu José Mouta Liz, um dos fundadores das FP-25
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