Sábado – Pense por si

Montenegro aumenta objetivos e fala de salário mínimo nos 1.600 e médio nos 3.000 euros

O primeiro-ministro antecipou também que "daqui a um ano" as suas palavras "vão fazer ainda mais sentido", tal como daqui a quatro anos, no final da legislatura e dos mandatos autárquicos, que terminam ambos em setembro de 2029.

O primeiro-ministro e presidente do PSD, Luís Montenegro, aumentou este sábado os objetivos salariais para o país, falando agora em 1.600 euros de salário mínimo e 3.000 euros de médio, um dia após mencionar valores inferiores.

Montenegro aumenta objetivos e fala de salário mínimo nos 1.600 e médio nos 3.000 euros
Montenegro aumenta objetivos e fala de salário mínimo nos 1.600 e médio nos 3.000 euros

"Nós não queremos crescer 2% ao ano. Queremos crescer 3%, 3,5%, 4%. Nós queremos que o salário mínimo não chegue aos 1.100 [euros]. Esse é o objetivo que temos para esta legislatura, mas nós queremos mais. Que chegue aos 1.500 ou aos 1.600", disse hoje no encerramento do X Congresso Nacional dos Autarcas Social-Democratas (ASD), no Porto.

O primeiro-ministro, que na sexta-feira tinha sugerido aproveitar a oportunidade da possível mudança das leis laborais para elevar o salário mínimo para os 1.500 euros e o médio para 2.000 ou 2.500, disse hoje não querer "que o salário médio chegue aos 1.600 ou 1.700", mas sim que "chegue aos 2.500, 2.800 ou 3.000 euros".

Também na sexta-feira à noite, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, acusou o primeiro-ministro de estar a “lançar uma cenoura” aos trabalhadores ao falar no aumento do salário mínimo para 1.500 euros, numa tentativa de esvaziar o conteúdo da greve geral.

Quer à entrada e à saída do Auditório Nobre do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), onde decorreu o congresso dos autarcas social-democratas, Luís Montenegro não quis prestar declarações aos jornalistas.

"Nós queremos, efetivamente, criar a riqueza que possa combater a pobreza. Nós queremos um país que pense e execute um projeto de desenvolvimento que possa ser duradouro, que possa ser consistente, que possa ser suficientemente robusto para, cada vez mais, ser exemplar, como já é, hoje, à escala europeia", frisou no seu discurso.

O líder do PSD atirou ainda aos que "duvidam" da ambição do Governo: "São os mesmos que duvidaram no ano passado que nós atingíamos as nossas metas orçamentais e económicas. Superámo-las. São os mesmos que este ano tornaram a duvidar e nós vamos tornar a superar", assegurou.

O primeiro-ministro antecipou também que "daqui a um ano" as suas palavras "vão fazer ainda mais sentido", tal como daqui a quatro anos, no final da legislatura e dos mandatos autárquicos, que terminam ambos em setembro de 2029.

Em face dessa confluência de calendários, o primeiro-ministro afirmou que quer o Governo, quer os autarcas do PSD, que são a maioria na sequência das eleições autárquicas de outubro, têm "a faca e o queijo na mão" quanto à transformação do país.

"Está nas nossas mãos, não nas mãos de mais ninguém", frisou, avisando que os social-democratas terão "mesmo de governar bem no Estado central e no Estado local".

Para Luís Montenegro, "se a maioria dos autarcas tem uma filosofia política mais próxima daquela que tem o Governo, o nível de responsabilidade do partido dominante ainda é maior".

"Nós não temos que ter medo disso. Nós temos é de pegar nisso e utilizar isso bem", disse aos autarcas do PSD.

No seu discurso, disse ainda querer que os eleitos pelo PSD, quer militantes ou não, estejam junto do partido "porque são qualificados, porque sabem fazer bem, porque representam aquilo que há de bom" nas comunidades.

"Para combater os extremismos, os populismos, aqueles que têm tendências ditatoriais, autoritárias, nós precisamos mesmo de ir buscar os melhores, aqueles que são bons e enfrentar aqueles que são menos bons", classificou.

Reforçou ainda que "à escala local e intermunicipal, há todas as condições para que o nível de competências possa ser reforçado, evidentemente, com condições financeiras próprias".

"Nós temos mesmo de confiar nos autarcas. E nós temos mesmo de tirar burocracia, simplificar os procedimentos à luz da confiança" com o "reverso da medalha" de "penalizar mais quem violar esse princípio da confiança".

Assim, comprometeu-se a rever o Código dos Contratos Públicos (CCP) e "simplificar licenciamentos", bem como agilizar pareceres e rever prazos para pronúncias.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!

O centro, esse buraco negro

O centrismo tem sido proclamado por diversas personalidades que não têm a mais pálida ideia do que fazer ao país. É uma espécie de prêt-à-porter para gente sem cultura política e, pior que isso, sem convicções ou rumo definido.

O sono da razão

A coisa aqui está Preto

Legitimada a sua culpa, estará Sócrates tranquilo para, se for preciso, fugir do país e instalar-se num Emirado (onde poderá ser vizinho de Isabel dos Santos, outra injustiçada foragida) ou no Brasil, onde o amigo Lula é sensível a teses de cabalas judiciais.