Seis polícias foram constituídos arguidos e o condutor do carro ficou com Termo de Identidade e Residência.
O Ministério Público (MP) está a investigar a morte da mulher, de nacionalidade brasileira, baleada acidentalmente durante uma perseguição policial, na Segunda Circular, tendo seis polícias sido constituídos arguidos, anunciou a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) esta sexta-feira.
Numa nota publicada na tarde de hoje na página da Internet, a PGDL explica que, na madrugada de quarta-feira, "no decurso de uma operação montada pela PSP, após o furto com rebentamento de ATM [multibanco], ocorrido em Almada", vários agentes policiais "encetaram perseguição aos suspeitos, vindo a perder-lhes o rasto", prosseguindo os suspeitos em direcção a Lisboa.
Já na Segunda Circular, em Lisboa, foi "dada ordem de paragem a um outro veículo", com o qual os polícias se cruzaram.
"Tendo o condutor desobedecido a tal ordem, foram efectuados disparos pelos agentes da PSP, vindo uma cidadã que se fazia transportar no veículo a ser atingida mortalmente", lê-se na nota.
"Por tal facto foi instaurado inquérito pelo MP, no âmbito do qual estão a ser investigadas as circunstâncias em que ocorreu a morte da vítima. A PJ [Polícia Judiciária] iniciou de imediato investigações sobre os factos que rodearam a morte da vítima. No decurso das diligências efectuadas pela PJ - DLVT [Directoria de Lisboa e Vale do Tejo] - foram constituídos arguidos seis agentes da PSP", acrescenta a PGDL.
As diligências prosseguem a cargo da PJ, com a coordenação do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa.
Em comunicado divulgado na quarta-feira, o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP, explica que o homem conduzia "uma viatura que aparentava corresponder às características" da usada cerca de meia hora antes pelos assaltantes de um multibanco no Pragal, em Almada, não obedeceu à ordem de paragem e tentou atropelar os polícias durante a fuga.
O condutor acabou detido pela PSP por condução sem habilitação legal, por desobediência ao sinal de paragem e por condução perigosa.
O homem foi constituído arguido, com Termo de Identidade e Residência, depois de ouvido pela Polícia Judiciária (PJ), disseram hoje à agênciaLusafontes policiais, prosseguindo o inquérito.
Na quarta-feira, também a Inspecção-Geral da Administração Interna anunciou a abertura de um inquérito para apurar em que circunstância ocorreu a morte da mulher, de 36 anos.
No mesmo comunicado divulgado na quarta-feira, o Cometlis conta que, às 03h05, no Pragal, concelho de Almada (distrito de Setúbal), ocorreu um furto por arrombamento, pelo método de explosão, a uma caixa multibanco, após o qual os assaltantes se colocaram em fuga na direcção de Lisboa.
"Na Segunda Circular, em Lisboa, no sentido Benfica-Sacavém, foi detectada uma viatura suspeita com as características correspondentes à viatura usada no furto. Os suspeitos que se faziam transportar na viatura, ao detectarem a presença policial, encetaram, de imediato, fuga na direção da Rotunda do Relógio, circulando em diversas vias a alta velocidade e em contra-mão, colocando em perigo todas as pessoas que ali se encontravam", relata o Cometlis.
Já nas imediações do Aeroporto Humberto Delgado, refere a nota, "foram efectuados por parte dos suspeitos diversos disparos com arma de fogo contra os agentes da PSP que os perseguiam, ao que estes ripostaram, igualmente recorrendo a arma de fogo".
Pelas 03h35, na zona da Encarnação, foi detectada por elementos policiais "uma viatura que aparentava corresponder às características da viatura suspeita, cujo condutor desobedeceu à ordem de paragem", segundo o Cometlis.
"Esta viatura, durante a fuga, tentou atropelar os polícias, que tiveram de afastar-se rapidamente para não serem atingidos e, em ato contínuo, os polícias foram obrigados a recorrer a armas de fogo. Mais à frente, a viatura voltou a desobedecer à ordem de paragem por outra equipa de polícias, tendo sido interceptada pouco tempo depois", relata o comunicado.
A bordo seguiam o condutor e uma mulher "ferida por impacto de projéctil de arma de fogo", que acabaria por morrer no local.
Ministério Público investiga morte de mulher em perseguição policial
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