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Mealhada: vereador não se acanha e rejeita delito de opinião

Rui Avelar 27 de janeiro de 2021 às 19:49
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Vereador do PSD Hugo Alves Silva foi constituído arguido, por alegada difamação, após uma carta em que diz que, em seis anos, "esfumaram-se quase três milhões de euros dos cofres camarários".

O líder da oposição (PSD) no Município da Mealhada reagiu, esta quarta-feira, à constituição como arguido, por alegada difamação, reiterando o teor de uma carta que deu azo à queixa-crime de que é alvo, apresentada por autarcas do PS.

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camara mealhada D.R.

"Se tiver de ser, irei a tribunal defender o que escrevi, sem subterfúgios e sem desdizer uma palavra", declara, em comunicado, o vereador Hugo Alves Silva. Em carta aberta, datada de Maio de 2020, o autarca social-democrata alegou que, em seis anos, "esfumaram-se quase três milhões de euros dos cofres camarários em resultados negativos acumulados".

"Investir metade do que se orçamentou e, ainda assim, gastar, em seis anos, mais três milhões do que aquilo que se recebeu só poderia dar origem a um resultado desastroso", opinou Hugo Silva, em missiva dirigida à presidente da Assembleia daquele concelho bairradino, a cujo teor a SÁBADO teve acesso.

Na sequência da divulgação da carta, encarada como difamatória por autarcas socialistas, o presidente da Câmara da Mealhada, Rui Marqueiro (PS), fez chegar aos vereadores do PSD um documento, da autoria da chefe da Divisão Financeira do Município, com esclarecimentos ditos suficientes para Hugo Silva concluir que se excedeu nas afirmações.

A sobredita carta inscreve-se na contestação movida pela coligação "Juntos pelo Concelho da Mealhada" à venda da Escola Profissional do Município ao Grupo GPS (envolvido num processo judicial sobre peculato e burla qualificada).

"A [pandemia da] covid-19 é a desculpa que (…) será apresentada a cada nova investida sobre os cofres municipais, a cada proposta de venda de património apressada, a cada proposta de financiamento bancário para justificar o que nunca é explicado com clareza", atira o autarca social-democrata.

Depois de aludir à acusação de prevaricação deduzida pelo Ministério Público ao líder do Município bairradino e aos vereadores eleitos pelo PS, devido a um concurso para ingresso de um prestador de serviços na Câmara da Mealhada, Hugo Silva rejeita "a confusão (…) associada a outros casos" inerentes a "suspeitas de crimes graves".

Em comunicado, o vereador social-democrata orgulha-se de "defender na política aquilo que todos queremos, equilíbrio, resultados positivos e investimento que melhore a vida das pessoas e as condições de atracção das empresas".

"A acusação de que poderei vir a ser alvo é bem diferente das que outros políticos mealhadenses têm a pender sobre eles; somos bem diferentes, bem diferentes mesmo, água e azeite", desabafa Hugo Silva.

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