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Marta Temido garante que não teve "qualquer contacto" com o caso das gémeas

Lusa 27 de setembro de 2024 às 17:05
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A eurodeputada socialista assegurou ainda que as crianças "não tiveram um acesso facilitado" ao medicamento.

A antiga ministra da Saúde, Marta Temido, garantiu esta sexta-feira não ter tido "qualquer contacto com o caso" das gémeas tratadas com Zolgensma e que estas crianças não beneficiaram de qualquer "acesso facilitado" ao medicamento.

Ouvida esta tarde na comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas, Marta Temido assegurou, numa intervenção prévia às questões dos deputados, que não teve "qualquer contacto com o caso" e que isso ficou provado no relatório realizado pela Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) sobre o caso.

Questionada pela deputada da Iniciativa Liberal Joana Cordeiro sobre quando teve conhecimento deste caso, Marta Temido explicou que recebeu um contacto de uma jornalista de televisão que lhe questionou se tinha "ouvido falar de uma tratamento com o medicamento mais caro do mundo que envolvia umas crianças gémeas".

"Respondi à jornalista aquilo que a minha memória me trazia. Tinha uma ideia de várias crianças (...) e disse-lhe ‘tenho ideia, uma vaga ideia de umas gémeas’, mas o meu distanciamento do caso e a minha total boa-fé foi tanta que continuei na minha atividade", explicou.

Marta Temido revelou ainda que, quando foi noticiado uma alegada interferência no caso do antigo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, falou com o antigo governante, embora sem detalhar o teor dessa conversa.

"Essas conversas foram mantidas numa fase muito inicial deste processo, das primeiras reportagens, e depois penso que, como é da natureza das coisas, todos nós nos preservamos uns aos outros de trocar informação sobre o tema", acrescentou ainda.

A eurodeputada socialista assegurou ainda que as crianças "não tiveram um acesso facilitado" ao medicamento e que, embora "o processo possa hoje estar a ser questionado sobre aquilo que envolveu", as gémeas luso-brasileiras "tiveram o acesso que tinham de ter".

Questionada pela deputada Joana Cordeiro sobre a consulta ter sido marcada a pedido de Lacerda Sales, Temido escusou-se a comentar, referindo que a avaliação desse pedido deve ser feita pelos deputados da comissão.

TIAGO PETINGA/LUSA
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