"Nas políticas, pouco os distingue do desgoverno que nos trouxe até aqui. E é só uma questão de tempo até que todos o entendam", afirmou a candidata.
A candidata única à liderança da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, prometeu hoje um partido mais ideológico e até radical, combatendo o Chega como "um novo socialismo à direita".
PAULO CUNHA/LUSA
Na sua primeira intervenção de apresentação da sua moção de estratégia global perante a X convenção nacional da IL, em Alcobaça, Leiria, Mariana Leitão, assumiu que o partido não tem atualmente condições de contribuir para uma solução de Governo e deve assumir-se, antes como "consciência liberal" do sistema político.
"Hoje, o imobilismo começa a mudar de sinal. A direita do caos já começa a esconder-se atrás da responsabilidade para deixar tudo na mesma. Não tenhamos dúvidas: o Chega não é mais do que um novo socialismo à direita. Não defendem a nossa soberania enquanto indivíduos. Não defendem qualquer reforma para Portugal. São coletivistas, estatistas, e paternalistas", defendeu.
Mariana Leitão dedicou uma fatia substancial do seu discurso a atacar o Chega, que acusou de precisar "tanto do Estado como os outros", mas, "como a economia não cresce, querem os mesmos apoios, a mesma subsidio-dependência e o mesmo paternalismo, mas só para os seus".
"Nas políticas, pouco os distingue do desgoverno que nos trouxe até aqui. E é só uma questão de tempo até que todos o entendam", afirmou.
Sobre o Governo PSD/CDS-PP disse que "pensa que falar em reformas e inventar um ministério chega para agradar aos liberais".
"Aquilo que vos proponho hoje é uma Iniciativa Liberal revigorada: este é, mais uma vez, o momento de afirmar as nossas ideias, sem concessões. E esperemos então para ver se este Governo terá a coragem para dar os passos necessários. E não cometerá erro algum sem o nosso aviso", afirmou.
Com um novo ciclo, que começa nas eleições autárquicas, Mariana Leitão prometeu um novo impulso "dentro de casa", com "uma Iniciativa Liberal mais coesa, mais ideológica, mais convicta".
"E para ser mais clara ainda: sejamos radicais - sim, radicais - naquilo que verdadeiramente importa", defendeu, enfatizando a importância da responsabilidade e autonomia individuais.
Para Mariana Leitão, os liberais devem ser "radicais na certeza de que o Estado não é o pai de ninguém, nem o patrão de todos" e "radicais, acima de tudo, na defesa da liberdade de viver sem medo do Estado, sem medo da maioria, sem medo de qualquer moda de qualquer Governo".
A candidata única à liderança dos liberais abordou as eleições autárquicas de 12 de outubro, sublinhando a sua importância, porque é "nas autarquias que se pode provar que uma gestão liberal faz a diferença" e afirmando os autarcas do partido como "agentes da mudança".
"Em coligação ou sozinhos, os nossos princípios não se diluem. Pelo contrário: afirmam-se. Porque a exigência liberal nunca entra em silêncio - entra para mudar", declarou.
Antes de Mariana Leitão e também para apresentar a moção de estratégia global da candidata a líder, Mário Amorim Lopes, proposto para vice-presidente do partido na nova direção, fez a defesa do liberalismo em vigor na Argentina e do presidente daquele país, Javier Milei.
"Milei é apenas o executor das nossas ideias, das ideias liberais, e que mostra que as nossas ideias têm sucesso", defendeu, argumentando que "diminuem a pobreza" e "geram prosperidade".
"Estas ideias têm em Portugal um rosto, a IL", afirmou, considerando que só os liberais oferecem esperança, em alternativa ao "ressentimento e rancor".
A Iniciativa Liberal realiza hoje a sua X Convenção Nacional com 985 militantes inscritos que deverão eleger Mariana Leitão como próxima líder do partido, sucedendo a Rui Rocha, que ocupava o cargo desde 2023.
Mariana Leitão quer combater Chega, o "novo socialismo à direita"
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