O Presidente da República afirma que "paz social" está a regressar à Área Metropolitana de Lisboa depois de três noites de tumultos.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que os protestos de quarta-feira representaram uma "desescalada da violência" e o "triunfo do bom senso e da paz social", apesar de ter sido a noite com maior número de incêndios em veículos e de um motorista de autocarro ter ficado ferido com gravidade.
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA
Dois autocarros e sete veículos foram incendiados, na noite desta quarta-feira, em várias zonas da Área Metropolitana de Lisboa. Foram registados focos de incêndio na Arrentela, no concelho do Seixal, bem como em caixotes de lixo na Amadora, Sintra, Oeiras, Odivelas, Barreiro, Lisboa e Almada. "Apesar de tudo, nos bairros e nos municípios que tinham sido mais atingidos nos dias anteriores houve uma acalmia. Parece representar, esperamos e desejamos, um desacelerar da violência", disse o chefe de Estado, lembrando que "a violência física nunca é solução para os problemas sociais".
"Aquilo que está em apuramento, está em apuramento. E assim funciona a Justiça e vamos esperar para saber o que é apurado e não tirar nenhum tipo de conclusões apressadas", afirmou ainda o Presidente da República.
Na Amadora houve alastramento dos focos de incêndio para viaturas, confirmou o responsável, que não conseguiu precisar o total de ocorrências.
Foram detidas duas pessoas ao início da noite passada na Pontinha, concelho de Odivelas, relacionado com os protestos.
Odair Moniz, 43 anos, cidadão cabo-verdiano, e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
Segundo a PSP, o homem pôs-se "em fuga" de automóvel depois de ver uma viatura policial e "entrou em despiste" na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".
A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação "séria e isenta" para apurar "todas as responsabilidades", considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias.
A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e também a PSP anunciou um inquérito interno, enquanto o agente que baleou o homem foi constituído arguido e suspenso do trabalho.
Desde a noite de segunda-feira foram registados desacatos no Zambujal e, já na terça-feira, noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados autocarros, automóveis e caixotes do lixo, e detidas três pessoas. Dois polícias receberam tratamento hospitalar devido ao arremesso de pedras e dois passageiros dos autocarros incendiados sofreram esfaqueamentos sem gravidade.
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