Sábado – Pense por si

Marcelo é a favor de audição na Assembleia da República

02 de junho de 2017 às 16:59
As mais lidas

O Presidente da República afirmou que está a acompanhar o "processo com atenção"

O Presidente da República defendeu esta sexta-feira que as audições parlamentares que antecedem a nomeação do novo secretário-geral dos serviços de informações "são muito importantes", e afirmou que "acompanha esse processo com atenção", embora não intervenha nele.

Durante uma visita à base das Lajes, nos Açores, questionado pelos jornalistas sobre a polémica em torno da escolha do primeiro-ministro para aquele cargo, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que esse processo "passa pelo parlamento e pelo Governo", e inclui "audições, e que são muito importantes em termos do esclarecimento no processo de designação".

Interrogado se a audição do nome proposto por António Costa, o diplomata José Júlio Pereira Gomes, será uma mera formalidade ou um passo substancial nesse processo, respondeu: "Quando há uma audição, nunca é formal, é sempre substancial. Não se trata de cumprir um pró-forma, de alguém que chega, que pode ficar em silêncio e depois sai em silêncio porque se cumpriu o formalismo".

A comunicação social começou por perguntar ao Presidente da República se partilha das dúvidas sobre o nome escolhido para secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), e se pensa que o parlamento as deve esclarecer.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que "o Presidente da República acompanha esse processo com atenção, mas não tem competência para intervir nele", acrescentando: "E, ainda que tivesse, não iria pronunciar-se publicamente sobre a matéria, ademais, numa ocasião em que nem sequer ocorreu a audição parlamentar".

Os jornalistas perguntaram-lhe também se já falou com o seu amigo António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, que era primeiro-ministro na altura em que José Júlio Pereira Gomes chefiou uma missão de observadores portugueses durante o referendo sobre a autodeterminação de Timor-Leste, período em que é acusado de ter abandonado o território timorense contra indicações de Lisboa.

"Eu não tenho por hábito estar a divulgar os contactos que desenvolvo com chefes de Estado, com responsáveis de organizações internacionais, porque isso seria o primeiro passo para deixarem de ser eficazes", retorquiu o Presidente da República.

O chefe de Estado sublinhou que a nomeação do secretário-geral do SIRP envolve a Assembleia da República e o Governo, a quem cabe a "decisão final", e que "o Presidente da República não intervém, não entra nas suas competências o processo de designação desse responsável".

Sobre uma possível intervenção sua, como intermediário, para resolver esta polémica, declarou: "Se for chamado a intervir de modo discreto, significa que aí estaríamos no domínio do magistério de influência do Presidente".

"Não é o Presidente quem nomeia, não é o Presidente que procede a audições. Seria o Presidente a informar-se e a tentar ajudar com o seu magistério de influência. E, para ser eficaz, tinha de ser discreto. Portanto, não iria dizer em que consistiria esse magistério de influência", completou.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!