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Marcelo apela para que se evite uma "quarta vaga em Portugal"

Diogo Barreto
Diogo Barreto 03 de abril de 2021 às 16:56
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O Presidente recusou ainda existir uma crise política depois do Governo ter enviado um diploma aprovado pela Presidência para o Tribunal Constitucional.

O Presidente da República apelou este sábado a que os portugueses "façam tudo" o que está ao alcance para evitar uma nova vaga da pandemia.

Marcelo Rebelo de Sousa
Marcelo Rebelo de Sousa Lusa

Em visita ao lar Quinta Alegre da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Marcelo disse: "Façamos todos tudo o que está ao nosso alcance para que o R(t) não suba, para que a transmissibilidade não suba, para que o número de casos não suba, para que o número de internados e doentes nos cuidados intensivos estabilize ou reduza como tem acontecido nos últimos tempos".

O Presidente sublinho que abril será "crucial" para o combate à pandemia, devido ao aumento da capacidade de vacinação que pode começar a dar abertas nas próximas semanas para que se levantem restrições com o que foi acontecendo em países como Israel e no Reino Unido.

Chamando atenção para o que se passa no resto da Europa, em que os casos têm vindo a aumentar de forma bastante elevada, o Presidente apelou aos portugueses para que redobrem cuidados e evitem o surgimento de uma quarta vaga. "Todos nós desejamos que não haja recuos que seriam dramáticos para a vida de todos nós", afirmou, invocando os confinamentos.

Não há crise com o Govenro

Sobre o alegado mau-estar entre Presidência e Governo depois de Costa ter enviado para o Tribunal Constitucional o diploma aprovado pela Assembleia da República e pelo Presidente sobre os apoios sociais, Marcelo afirmou: "Não há crise nenhuma".

"Crise, crise, já nos bastam duas. Já temos a pandémica e a económica e social. Acrescentar qualquer outra crise a estas crises é uma coisa que não faz sentido nenhum", avisou Marcelo.

"Temos um Plano de Recuperação e Resiliência. Temos um país numa crise económica e social profunda. Temos à nossa frente anos decisivos. Os dois [próximos] orçamentos são fundamentais para o Governo chegar a 2023. Se não, não chega. O que eu estou a fazer aí é uma salvação preventiva de orçamentos", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, perante questões dos jornalistas, após visita a um lar de idosos, em Lisboa.

O chefe de Estado sublinhou que desempenha uma posição "difícil e solitária" e desdramatizou qualquer clima de tensão com o Governo minoritário socialista.

"O que estou a dizer, à distância de uns meses, é: atenção, vem aí um orçamento. Se me pergunta se eu também pensei nisso no momento em que decidi e vou decidir sobre determinados diplomas, também", disse.

Nos últimos dias, o Texto Fundamental esteve no centro do debate político a propósito de três diplomas aprovados no parlamento, contra a vontade do PS, e promulgados pelo próprio Rebelo de Sousa, tendo o Governo minoritário socialista sustentado que os mesmos violam a chamada "lei-travão".

O chefe de Estado promulgou os decretos, alargando medidas de apoio a trabalhadores independentes, gerentes e empresários em nome individual, aos pais em teletrabalho e aos profissionais de saúde, e justificou a decisão por se tratar de algo urgente e que, neste caso, "há uma interpretação conforme à Constituição".

O primeiro-ministro e líder do PS, António Costa, anunciou, quarta-feira, que vai pedir a fiscalização sucessiva da constitucionalidade das três leis, com urgência, junto do Tribunal Constitucional (TC), mas assegurou não existir "nenhum conflito" nem "nenhuma divergência com o senhor Presidente da República".

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