Novo Banco vai ser accionista da Promovalor de Luís Filipe Vieira

Incumprimento do pagamento de VMOC's (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis) vai levar Novo Banco a transformar a dívida da Promovalor em capital da empresa, esperando que o fundo criado para gerir a dívida gere dinheiro para pagar a dívida, adiantou Luís Filipe Vieira aos deputados da comissão de inquérito, após ter sido questionado pela deputada do BE Mariana Mortágua. Em causa está uma dívida de 160 milhões de euros.

Quem assinou o contrato de venda do Novo Banco devia ser enforcado, diz Vieira

Luís Filipe Vieira disse, esta tarde no Parlamento, que quem assinou o contrato de venda do Novo Banco ao fundo Lone Star devia ser "enforcado", "pendurado numa árvore". Tudo porque, segundo o empresário, não foi realizada uma contabilização correta dos ativos imobiliários. Quem assinou, recordou a deputada social-democrata Filipa Roseta, "está hoje no Banco de Portugal", ou seja, Mário Centeno, ex-ministro das Finanças.

Novo Banco não acredita na recuperação da dívida de Luís Filipe Vieira

O Novo Banco não acredita na recuperação da dívida de Luís Filipe Vieira, revelou o deputado João Paulo Correia, citando documentos do banco, assim como uma relatório confidencial do Banco de Portugal, muito crítico em relação à estratégia seguida pelo Novo Banco para recuperar o dinheiro emprestado ao grupo Promovalor. "O Banco de Portugal dá um parecer negativo", sustentou o deputado socialista, ao fundo criado pela Capital Criativo.

Luís Filipe Vieira discordou, dizendo que os ativos chegam e "sobejam" para pagar as dívidas.

João Cotrim Figueiredo relaciona negócios de Vieira com o Benfica

João Cotrim Figueiredo, deputado da Iniciativa Liberal, perguntou a Luís Filipe Vieira se a compra que José António Santos, "Rei dos Frangos", de parte da sua dívida no Novo Banco por oito milhões esteve relacionada com a OPA que a Benfica SAD lançou às suas próprias acções. Segundos as contas do deputado, José António Santos, não fosse a OPA ter sido cancelada pela CMVM, poderia ter um ganho superior a 10 milhões de euros. Vieira negou.

"Não te preocupes com isso"

O presidente da Promovalor, Luís Filipe Vieira, declarou esta segunda-feira no parlamento nunca ter sido executado por dívidas. Vieira reconheceu que chegou a receber cartas do BES, dando conta de dívidas não pagas, mas "depois ia ao banco" e diziam-lhe: "Não te preocupes com isso".

"Nunca tive um perdão de juros, mas baixar, tinham que baixar"

Apesar de ter sido confrontado com várias reestruturações que os seus créditos tiveram no BES, com reduções de juros e spreads, Luís Filipe Vieira continua a dizer na comissão parlamentar de inquérito que nunca teve um perdão de juros, "mas baixar tinham que baixar", acrescentou.

"Rei dos Frangos" salvou Vieira das garras de fundo abutre

Uma das dívidas menos conhecidas do universo empresarial de Luís Filipe Vieira foi a da Imosteps, uma empresa imobiliária que deixou um calote de 50 milhões de euros no Novo Banco. A dívida total era de 54,3 milhões de euros e Vieira explicou que não a vê como sua – foi um favor que fez ao Grupo Espírito Santo e a Ricardo Salgado, como noticiou a SÁBADO em 2019. Mas o colapso do BES deixou Vieira com a dívida nas mãos.

O Novo Banco deixou-a fora do acordo de reestruturação da dívida de Vieira, nada fez para recuperar valor e em 2019 vendeu-a por apenas quatro milhões de euros na carteira de Nata2. O comprador foi o fundo abutre norte-americano Davidson Kempner. Como a dívida tinha um aval pessoal de Vieira, que em seu nome tinha apenas "uma casa para palheiro", como referiu a deputada Mariana Mortágua, o fundo iria pedir a insolvência pessoal de Vieira, o que seria um problema para a actividade empresarial de Vieira e para a sua recandidatura ao Benfica.

Mas, como a SÁBADO noticia esta semana, Vieira levou um investidor ao fundo abutre para resgatar a sua dívida por oito milhões de euros, o dobro do valor conseguido pelo Novo Banco. Na comissão parlamentar de inquérito, Vieira confirmou quem comprou: José António dos Santos, dono da Valouro e acionista da SAD do Benfica. O "Rei dos Frangos", como é conhecido, seria dos maiores beneficiários da OPA do Benfica (entretanto chumbada pela CMVM) lançada em Novembro de 2019 – sensivelmente a mesma data em que todo o imbróglio da Imosteps se foi desenrolando.

Vieira é o segundo maior devedor do Novo Banco, diz deputada do CDS

Cecília Meireles confrontou Luís Filipe Vieira com documentos do Novo Banco que demonstram incumprimento de pagamento de créditos e perdão de juros. No início da audição, Vieira tinha afirmado que nunca entrou em incumprimento.

Deputado do PCP questiona venda das acções do Benfica pelo "Rei dos Frangos"

Luís Filipe Vieira desviou a inquirição sobre a renegociação das dívidas das suas empresas para a gestão do Benfica. O deputado comunista Duarte Alves questionou Vieira sobre a compra de 8% de acções que o Novo Banco detinha na Benfica SAD por José António Santos, o "Rei dos Frangos". Vieira começou a falar do Benfica, o que levou novamente o presidente da comissão, Fernando Negrão, a repreendê-lo.

Deputado do PCP questiona incompatibilidades entre Capital Criativo e filho de Vieira

O fundo que geriu a dívida da Promovalor com o Novo Banco tinha uma relação direta com o devedor, declarou o deputado comunista Duarte Alves, aludindo ao facto de o filho de Luís Filipe Vieira, Tiago Vieira, estar ligado à Promovalor e ser sócio da empresa Capital Criativo, que apresentou a proposta de reestruturação de dívida ao Novo Banco. "Nunca pensou em incompatibilidade pelo facto de o seu filho ser sócio de Nuno Gaioso?", perguntou Duarte Alves.  "Isso de imcompatibilidade é complicado. Foi o próprio banco que pediu para não ter ninguém da Promovalor", respondeu Vieira, dizendo que Tiago Vieira acabaria por se afastar da Capital Criativo

O que aconteceu a 11 milhões? "Isso não sei", responde Vieira

A deputada do BE confrontou Luís Filipe Vieira com a diferença entre um financiamento do BES para a compra da Imosteps e o dinheiro efetivamente investido. Segundo as contas, falta saber para onde foram parar 11 milhões de euros. "Isso não sei", respondeu Vieira, garantindo não ter "levantado" nenhum dinheiro. Mortágua insistiu, dizendo que a Imosteps emprestou dinheiro à Promovalor e que foram feitas transferências de oito milhões para Luís Filipe Vieira. "Não sei...vamos ver...", respondeu Vieira.

Presidente da Comissão adverte Vieira para responder às perguntas

O presidente da comissão parlamentar de inquérito, Fernando Negrão, advertiu novamente Luís Filipe Vieira para dar respostas às perguntas dos deputados e não estar constantemente a remeter para esclarecimentos por escrito posteriores

"O único bem em seu nome é uma casa para palheiro", revela Mariana Mortágua

Luís Filipe Vieira diz ter dado um aval pessoal para pagamentos das dívidas. Mariana Mortágua, deputada do BE, confrontou-o com um documento do Novo Banco que refere que o único património em nome do presidente da Promovalor é uma casa para palheiro. "Qual é o património por detrás do aval pessoal?", questionou. Vieira diz que vai cumprir, mas não revela a totalidade do património. "Nunca tive incumprimento com banco nenhum", declarou Vieira

Luís Filipe Vieira diz que dívida da Imosteps não é sua

"A dívida da Imosteps já existia dentro do banco, da Opway, que tinha um terreno no Brasil. O dr. Ricardo pediu-nos se podíamos olhar para aquilo. Uns meses depois, caiu o BES. Aquilo é uma dívida que não considero minha. Sei é que resolvi um problema ao banco", declarou Luís Filipe Vieira sobre uma dívida de uma empresa que o presidente da Promovalor terá assumido a pedido de Ricardo Salgado.Recorde a investigação da SÁBADO a este caso. 

Luís Filipe Vieira admite que não será capaz de pagar dívida de 60 milhões ao Novo Banco

O presidente da Promovalor admitiu, esta tarde no Parlamento, que não conseguirá pagar dívida de 60 milhões ao Novo Banco, cujo vencimento estava previsto para 2022. Luís Filipe Vieira adiantou ter existido uma renegociação do prazo devido à pandemia da Covid-19.

"Perguntas técnicas é melhor por escrito", diz Vieira. Presidente da Comissão repreende-o

Luís Filipe Vieira aconselhou o deputado do PSD Hugo Carneiro a colocar "perguntas técnicas" por escrito. Porém, o presidnete da comissão de inquérito, Fernando Negrão, repreendeu-o, dizendo que devia dar as respostas no momento e enviar esclarecimentos adicionais por escrito.

"A minha relação com o BES era transparente"

"A relação especial que tinha com o grupo BES era completamente transparente. Não lidava com Ricardo Salgado", diz Luís Filipe Vieira no Parlamento.

Acompanhe a audição de Luís Filipe Vieira

"Não gastei dinheiro em iates, aviões e mordomias", diz Vieira

Presidente do Benfica afirma que sempre cumpriu com as suas obrigações com o Novo Banco e que não gastou o dinheiro dos créditos em mordomias pessoais

Declarações de Moniz da Maia e Gama Leão serão enviadas para o Ministério Público

As declarações de Bernardo Moniz da Maia e João Gama Leão, dois dos grandes devedores do Novo Banco, nas audições da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), serão enviadas ao Ministério Público. O anúncio foi feito por Fernando Negrão, presidente da CPI

O calote de 54 milhões

Luís Filipe Vieira tinha um aval pessoal na dívida comprada por um fundo-abutre - e arriscava um pedido de insolvência antes das eleições encarnadas. Recorde a última investigação da SÁBADO às contas do presidente do Benfica com o BES/Novo Banco