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José Luís Carneiro: o último caixote a sair do gabinete

Maria Henrique Espada
Maria Henrique Espada 03 de abril de 2024 às 23:00

Telefonar e reunir com a sucessora, ver a linha do metro para ir para o parlamento e as fotos numa caixa de papelão. As últimas horas em funções de um ministro de saída.

Há questões práticas a resolver quando se muda de atividade. José Luís Carneiro, à hora de almoço desta segunda-feira, dia 1, ainda tinha detalhes da sua futura nova vida por averiguar, mas já sabia que para ir de casa para o parlamento, a partir desta quarta-feira, iria “apanhar o metro, na linha...” – prefere não revelar qual, por questões de segurança, a mostrar que ainda não despiu por completo o fato de ministro da Administração Interna. “Depois é uma pequena caminhada até ao parlamento”. Mas tinha feito mais: já andara a ver, com o filho, como arranjar um cartão que substitua o Multibanco, para usar com a aplicação de Uber e táxis, com saldo limitado, para evitar as fraudes bancárias. “Ainda vou descobrir como é com o Alfa Pendular e Intercidades, acho que há uma caderneta, para ir para o Porto à sexta-feira e vir à segunda-feira.” Vai poder verificar, do ponto de vista do utilizador, a rede de transportes públicos, “pelo menos metro e ferrovia”, ri-se.

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