NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Novidades com vantagens exclusivas: descontos e ofertas em produtos e serviços; divulgação de conteúdos exclusivos e comunicação de novas funcionalidades. (Enviada mensalmente)
Homem de 60 anos morreu na sala de espera da urgência após mais de três horas à espera de ser atendido por um médico. Hospital emitiu "um processo de inquérito para esclarecer a situação".
O hospital de Beja revelou esta terça-feira ter aberto um inquérito para esclarecer as circunstâncias em que um homem morreu na sala de espera da urgência após mais de três horas à espera de ser atendido por um médico.
Contactado pela agência Lusa, após o caso ter sido divulgado hoje pelo jornal Correio da Manhã, o conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, que gere o hospital de Beja, lamenta a morte do homem e "informa que foi aberto", no dia 05 deste mês, "um processo de inquérito para esclarecer a situação".
Em declarações hoje à agência Lusa, Ana Teixeira, cunhada, contou que o homem morreu, no passado dia 31 de janeiro, "sentado numa cadeira de rodas à porta das urgências" do hospital de Beja depois de ter estado mais de três horas, "entre as 17:30 e as 21:00", na sala de espera com uma "pulseira amarela" (caso considerado urgente) à espera de ser atendido por um médico.
Segundo o sistema de Triagem de Manchester usado no Serviço Nacional e Saúde (SNS) para classificar, através de um protocolo clínico, a gravidade de cada doente que recorre a um serviço de urgência hospitalar, a pulseira amarela é atribuída a um caso urgente e o doente deverá ser atendido dentro de uma hora.
Ana Teixeira contou que o cunhado, de 60 anos, tinha "um processo clínico um bocado complicado", porque sofria de Hepatite C e Diabetes, havia feito análises "dois dias antes" de ter ido às urgências e iria iniciar tratamentos para a Hepatite C no dia 03 de fevereiro.
Depois de ter feito as análises, o homem, que pesava "40 e poucos quilos e já estava muito debilitado", "começou a piorar e apareceram-lhe umas manchas nas pernas", disse Ana Teixeira, referindo, que, por isso, o seu marido "achou melhor levá-lo ao hospital".
Segundo Ana Teixeira, no dia 31 de janeiro, o homem chegou "por volta das 17:30" ao serviço de urgência do hospital de Beja, onde um enfermeiro lhe fez a triagem e colocou-lhe uma "pulseira amarela", tendo depois ficado "a aguardar que o chamassem" para ser atendido por um médico.
Ana Teixeira disse que o estado de saúde do cunhado "foi piorando" durante a espera e que ela e o marido alertaram "várias vezes" o enfermeiro que tinha feito a triagem e também alertou outra enfermeira para a situação do homem, que "estava a desfalecer na cadeira de rodas", mas a resposta "foi sempre a mesma" e a de que "tinha de esperar" e que haviam "quatro ou cinco pessoas à frente" dele para serem atendidas.
"Não sei qual era o estado [de saúde] das outras pessoas, sei que o dele era grave, sei que foi piorando à medida que ficou à espera, sei que pedimos para o meterem lá dentro [da urgência para ser atendido por um médico] e disseram que ele tinha de esperar", frisou, referindo que o cunhado "acabou por desfalecer" e até se gerou "uma confusão" com outras pessoas que estavam na sala de espera "a dizerem que aquilo era desumano".
Entretanto, por volta das 21:00, "um enfermeiro, no meio da confusão, acabou por levantar-lhe a cara [à vítima], mas o meu marido diz que quando lhe levantaram a cara ele já estava morto. Levaram-na lá para dentro [da urgência] e passados dois ou três minutos vieram dizer que ele tinha falecido", contou Ana Teixeira.
Segundo Ana Teixeira, ela e o marido fizeram uma reclamação por escrito no livro de reclamações do hospital de Beja.
"Já recebemos uma carta do hospital a dizer que estavam a avaliar o caso e que nos haviam de contactar para dizer algo mais, mas estamos a aguardar e ainda ninguém nos disse mais nada", lamentou, referindo que a família "ainda nem sequer sabe" a causa da morte.
"Não sei do que é que ele morreu. O que eu sei é que morreu numa cadeira de rodas sentado à porta das urgências com uma pulseira amarela [quase] quatro horas depois de estar ali à espera", disse Ana Teixeira, frisando: "Isto é que é revoltante".
O SNS "tem as pulseiras, mas os horários [de atendimento] não são cumpridos", lamentou, frisando que o cunhado, com uma pulseira amarela, devia ter sido atendido dentro de uma hora, mas esteve mais de três horas à espera e acabou por morrer sem ser atendido.
Hospital de Beja abre inquérito a morte de homem após espera de mais de três horas
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.
Ricardo olhou para o desenho da filha. "Lara, não te sentes confusa por teres famílias diferentes?" "Não, pai. É como ter duas equipas de futebol favoritas. Posso gostar das duas."