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Hospitais "no limite" levam Alto Minho a pedir reunião "urgente" ao Governo

24 de junho de 2016 às 12:18
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"Temos vindo a ser prejudicados ao longo dos anos, não modernizando equipamentos e não tendo recursos humanos o que coloca esta área de intervenção no limite", afirmou hoje à Lusa José Maria Costa

O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho revelou hoje à Lusa ter pedido uma reunião "urgente" ao ministro da Saúde por considerar que os hospitais da região estão a trabalhar numa situação "limite".

"Começa a ser algo insustentável porque, no fundo, são os cuidados de saúde que estão em causa, apesar do extraordinário trabalho que tem sido desenvolvido pelas equipas médicas e de enfermagem. Temos vindo a ser prejudicados ao longo dos anos, não modernizando equipamentos e não tendo recursos humanos o que coloca esta área de intervenção no limite", afirmou hoje à Lusa José Maria Costa.

O socialista que é também presidente da Câmara de Viana do Castelo afirmou que "é preciso reverter rapidamente" a situação adiantando ter solicitado uma "audiência urgente" ao ministro da Saúde para avaliar o modelo de financiamento da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM).

A ULSAM integra os hospitais de Santa Luzia, em Viana do Castelo, Conde de Bertiandos em Ponte de Lima, 13 centros de saúde, uma unidade de saúde pública e duas de convalescença e serve uma população residente superior a 250 mil pessoas.

"A situação está no limite e eu temo mesmo que se repitam algumas situações que foram públicas, que por doença de um médico duas extensões de saúde deixaram de funcionar. Os recursos humanos da ULSAM são muito reduzidos porque os financiamentos são muito reduzidos", sustentou.

José Maria Costa defendeu a alteração do modelo de financiamento da Unidade Local de Saúde do Alto Minho que atribui à região a capitação mais baixa de todo o país e que coloca à ULSAM "muitas dificuldades na gestão de recursos humanos e de realização investimentos prioritários".

A ULSAM contava, segundo dados divulgados em 2012, com 2.565 colaboradores, 550 médicos e 850 enfermeiros.

Para o líder daquela associação que congrega os dez municípios do distrito de Viana do Castelo, "o Alto Minho tem sido prejudicado, nos últimos anos, pelo modelo de capitação que tem sido desenvolvido pelo Ministério da Saúde".

"Não podemos aceitar que o Alto Minho tenha menos financiamento, por utente, do que têm outras regiões do país. Estamos numa zona de grandes dificuldades e de grande dispersão urbana. É importante que o hospital de Viana do Castelo, o hospital de Ponte de Lima e os centros de saúde tenham as condições para poder operar", disse.

José Maria Costa classificou como "muito urgente" a reunião com o ministro da Saúde por considerar que é "muito urgente rever o modelo de financiamento da Unidade".

"Já solicitei ao senhor ministro da Saúde uma reunião que, espero, seja marcada em breve para podermos identificar as possibilidades de um reforço urgente, não só no modelo de capitação mas também em investimentos que são essenciais", realçou.

O autarca da capital do Alto Minho acrescentou que o assunto "tem sido discutido no Conselho Consultivo da ULSAM e chegou a ser apresentado ao anterior Governo", sem sucesso.

"Agora temos que aproveitar o facto de estarmos a iniciar um novo quadro comunitário para podermos desenvolver já as candidaturas que visem apostar na requalificação e na modernização do hospital", reclamou.

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