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Grupo VITA, a resposta da Igreja às vítimas de abusos sexuais

Débora Calheiros Lourenço
Débora Calheiros Lourenço 20 de abril de 2023 às 17:15
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O Grupo VITA conta com psicólogos, assistentes sociais e advogados "tecnicamente competentes e terá a missão de acolher, escutar, acompanhar e prevenir as situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja em Portugal, dando atenção às vítimas e aos agressores".

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) anunciou esta quinta-feira a criação de um novo organismo responsável pelo acompanhamento das vítimas de abusos sexuais na Igreja. Este é o primeiro passo de "uma nova fase" virada para a "prevenção" e para o "apoio".

LUSA

O organismo de acompanhamento de vítimas vai ser presidido pela psicóloga Rute Agulhas, que até ao momento fazia parte da Comissão Diocesana de Lisboa. O projeto em questão vai ser denominado de "Grupo VITA - Grupo de acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal" e tem funcionamento previsto durante um período de três anos.

O Grupo VITA vai ser apresentado no dia 26 de abril, conta com psicólogos, assistentes sociais e advogados "tecnicamente competentes e terá a missão de acolher, escutar, acompanhar e prevenir as situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja em Portugal, dando atenção às vítimas e aos agressores", avançou a CEP.

O Grupo VITA vai trabalhar em articulação com a Equipa de Coordenação Nacional, mas a CEP garante que terá "a necessária autonomia" para "desenvolver uma ação que contribuirá para capacitar, ainda mais, o valioso trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelas Comissões Diocesanas no acolhimento e acompanhamento das vítimas, bem como na formação preventiva dos agentes pastorais". Um dos papéis fundamentais do Grupo VITA será a "elaboração de um Manual de Prevenção comum a toda a Igreja em Portugal".

Já no início desta semana, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, José Ornelas, tinha afirmado que seria constituído um novo grupo de trabalho, com "a autonomia necessária", tendo por base medidas já "concretamente planeadas" para a formação de clérigos e leigos responsáveis pelo acompanhamento de menores ou adultos vulnerárias e a revisão dos programas de formação dos seminários.

José Ornelas avançou ainda que o grupo vai contar com uma linha de atendimento e também com "condições para o contacto e acompanhamento pessoal".

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