O ministro dos Negócios Estrangeiros relembrou que na situação de guerra, a proteção consular "não está garantida".
O ministro dos Negócios Estrangeiros renovou hoje, em Bruxelas, o apelo do Governo para que "nenhum cidadão português" se desloque para a Ucrânia, designadamente aqueles que o fazem com o intuito de combater, pois vai contra a postura de Portugal.
Santos SilvaLusa
Numa conferência de imprensa no final de reuniões dos chefes de diplomacia e ministros da Defesa da UE, Augusto Santos Silva disse querer "renovar o apelo do Governo a que nenhum cidadão português se desloque para a Ucrânia enquanto a situação de segurança que se vive nesse país continuar tão difícil como está", uma "recomendação genérica que se aplica a todos" mas, "por maioria de razão, aos que pretendam deslocar-se à Ucrânia fazendo valer uma qualidade que eles próprios designam como a qualidade de combatentes".
"Não é essa a maneira de proceder dos portugueses, isso não corresponde à maneira como Portugal entende as suas obrigações de contribuir para a segurança coletiva e chamo a atenção para que pessoas nessas circunstâncias podem não estar abrangidas pela Convenção de Genebra, que dispõe sobre os direitos de militares envolvidos em conflitos armados", alertou o chefe da diplomacia.
Recordando que o Governo tem feito este apelo "há muitas semanas", e que conseguiu apoiar "todos os cidadãos portugueses e luso-ucranianos que, estando na Ucrânia, manifestaram a necessidade ou a vontade de abandonar, nem que seja temporariamente, esse país", Santos Silva disse querer renovar "o apelo para que ninguém se desloque à Ucrânia nos tempos que correm, seja por que motivo for".
"E queria renovar a declaração do Governo português de que Portugal não pode ser considerado, atingido por qualquer iniciativa de qualquer cidadão português de se deslocar para a Ucrânia na qualidade de, entre aspas, «combatente», porque, do lado do Governo português, a posição é de recusa liminar desse tipo de atitudes", declarou.
O chefe da diplomacia reforçou que este tipo de iniciativa "não tem nada a ver com Portugal, não tem nada a ver com o Governo português e nem tem nada a ver com a maneira como Portugal se posiciona nas suas responsabilidades próprias em matéria de segurança europeia e internacional".
Santos Silva realçou também que "qualquer português no estrangeiro tem direito a proteção consular", mas frisou que, "evidentemente, em circunstâncias de guerra como a que se vive hoje na Ucrânia, em que nós tivemos de deslocar para fora da Ucrânia a nossa própria embaixada, essa proteção consular não está garantida".
Milhares de combatentes estrangeiros de diversas nacionalidades corresponderam ao apelo das autoridades ucranianas e deslocaram-se para a Ucrânia para ajudar as forças armadas locais a combater o exército russo.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 925 mortos e 1.496 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,48 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Governo renova apelo para que portugueses não vão combater para a Ucrânia
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