Sábado – Pense por si

Faltam equipamentos de radioterapia no Centro

17 de abril de 2017 às 21:05
As mais lidas

Ordem dos Médico faz denúncia e diz que situação "tem de ser rapidamente resolvida"

A Ordem dos Médicos denunciou esta segunda-feira que há uma grande carência de aceleradores lineares na região Centro, referindo ainda que um dos três equipamentos de radioterapia dos Hospitais de Coimbra está sem funcionar por falta de licença do ministério.

"A região Centro é uma região extremamente deficitária neste tipo de equipamentos [aceleradores lineares]", criticou hoje o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes, que falava aos jornalistas após uma visita ao serviço de radioterapia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Neste momento, a região Centro tem cinco equipamentos e, a breve trecho, irá perder dois dos que estão no CHUC - um ainda este ano e outro em 2018. "A região deveria ter nove aceleradores", para cumprir a meta fixada em Conselho de Ministros, em 1995, de um acelerador linear por 250 mil habitantes, defendeu.

A situação, frisou, "tem de ser rapidamente resolvida", visto que a média de aceleradores por habitantes "é respeitada a nível nacional", mas o Centro "está muito abaixo" dessa meta.

A aquisição de novos aceleradores lineares é fundamental, por serem equipamentos de tratamento de "doentes que sofrem patologias graves - doentes com cancros -, cujo início do tratamento é muito importante para o êxito desse mesmo tratamento", vincou, considerando que a situação tem de ser resolvida com "absoluta urgência".

Em resposta à agênciaLusa, o Ministério da Saúde refere que "está a analisar as questões da radioterapia da região Centro numa perspectiva integrada e global e não apenas olhando para a realidade de Coimbra".

"Assim, está em estudo avançado a localização" de uma unidade de radioterapia no Centro Hospitalar Tondela Viseu (CHTV), "que permita aos doentes da Beira Interior ter um serviço de proximidade que evite as suas deslocações a Coimbra", acrescenta a tutela, sublinhando que esta descentralização permitiria uma diminuição da afluência aos serviços prestados em Coimbra, quer no CHUC quer no Instituto Português de Oncologia (IPO).

O Ministério da Saúde sublinha ainda que "os tempos de espera e o número de doentes não justificam uma tomada de decisão precipitada, pois não está em causa o acesso aos tratamentos, que se mantêm em ritmo e oferta satisfatórios".

Em declarações aos jornalistas, Carlos Cortes alertou também para o facto de o serviço de radioterapia do CHUC ter três aceleradores lineares, mas "só dois estão a funcionar" por faltar uma licença do Ministério da Saúde para poder ser utilizado o terceiro.

O presidente da SRCOM realçou que o CHUC já pediu por três vezes a autorização à tutela para o funcionamento de um terceiro acelerador.

Segundo o presidente da SRCOM, ficaram por tratar 600 doentes e por fazer 12 mil sessões de radioterapia em 2016 por o terceiro equipamento não estar a funcionar.

"Por causa da falha, muitos doentes poderiam ter o tratamento imediatamente, mas têm de esperar mais de quatro, cinco ou seis semanas para as sessões de radioterapia se iniciarem", alertou.

Ainda hoje, o CHTV anunciou que já foi submetido ao secretário de Estado da Saúde o estudo relativo à instalação do serviço de radioterapia em Viseu, que propõe uma "parceria inovadora" com o IPO de Coimbra.

O CHUC recusou-se a prestar qualquer comentário.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.

Cuidados intensivos

Loucuras de Verão

Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.