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Executivo recusa suspender reagrupamento familiar

O primeiro-ministro defendeu que "famílias de imigrantes integradas e bem integradas", bem como "estudantes imigrantes, é bom para a economia, é bom para o desenvolvimento do país".

O primeiro-ministro assumiu hoje que o Governo quer "apertar as regras" que regulam a imigração, mas não vai suspender o reagrupamento familiar, e desafiou o Chega a viabilizar a criação da unidade de estrangeiros e fronteiras na PSP.

JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

"Aquilo que o Governo pretende fazer é apertar mais as regras, limitar mais as possibilidades que hoje se abrem, mas não é suspender a possibilidade de haver reagrupamento familiar para imigrantes", afirmou.

Luís Montenegro deixou esta indicação em resposta ao líder do Chega, André Ventura, na primeira ronda de pedidos de esclarecimento no debate do programa do Governo, na Assembleia da República.

O primeiro-ministro defendeu que "famílias de imigrantes integradas e bem integradas", bem como "estudantes imigrantes, é bom para a economia, é bom para o desenvolvimento do país", contrapondo que "o que é mau" é estarem no país imigrantes ilegais, é haver "falta de regras" e "incapacidade de fazer cumprir as regras".

"É por isso que nós vamos apresentar alterações à lei da nacionalidade, à lei de estrangeiros e vamos permitir que o Chega corrija o erro de ter inviabilizado agilizar os procedimentos de repatriamento e a criação de unidades estrangeiras e fronteiras na Polícia de Segurança Pública. Vamos dar uma segunda oportunidade ao Chega, o Chega ficou em segundo lugar, merece uma segunda oportunidade para se redimir desse grande pecado", afirmou.

No pedido de esclarecimento, o presidente do Chega questionou diretamente o primeiro-ministro se o Governo "vai ou não impedir ou suspender o reagrupamento familiar".

"Disse que encontrou um descontrolo migratório. Assim é, culpa daqueles senhores que ali estão, mas que agora já não podemos fazer muito se não controlar e reverter", afirmou.

Defendendo que "não basta vir aqui e dizer [que vai] tentar impedir", André Ventura questionou o que será feito para impedir o reagrupamento familiar.

"Vamos fazer como a Áustria e suspender o reagrupamento familiar? Ou vamos só fingir que vamos fazer para agradar ao PS e continua a entrar gente e gente e gente e gente que nunca mais acaba e o país continua o descontrolo que foi?", questionou.

O líder do Chega pediu ao primeiro-ministro para detalhar as alterações à Lei da Nacionalidade e responsabilizou os partidos da esquerda pelo "descontrolo migratório", acusando-os de "vender passaportes".

Neste pedido de esclarecimento, André Ventura considerou também que o país "está mais violento e mais inseguro", porque "permitiram cá entrar toda a gente sem verificar quem eram, mas também porque o clima de impunidade se acentuou".

"E eu estou a falar de toda a violência, não da violência boa e da violência má, da violência que quando é contra a direita é boa, quando é contra a esquerda não é boa", acrescentou.

O presidente do Chega questionou Montenegro sobre "o que é que vai fazer para tornar Portugal um país mais seguro".

"Se os portugueses nos deram uma maioria para colocar toda aquela parte da bancada como desnecessária, então eu digo-lhe uma coisa, temos um desafio, os dois, para fazer, colocar este país como o mais seguro do mundo. Eu estou disposto a isso, quero saber se o senhor primeiro-ministro também está disposto", desafiou.

Na resposta, o primeiro-ministro disse apenas que as palavras de André Ventura "hoje são tão diferentes de há um ano", considerando que "isso também é bom sinal".

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