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Estudo mostra que motivos das greves "não são perceptíveis para a população"

Estudo diz que os inquiridos "entendem que os trabalhadores deveriam arranjar outras alternativas para reivindicar os seus direitos, sem prejudicar a população em geral".

Um inquérito realizado a cerca de mil pessoas e conduzido por investigadores do Porto mostra que mais de metade dos inquiridos considera que os motivos das greves "não são perceptíveis para a população".

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Os resultados deste inquérito, que deram origem a um estudo desenvolvido pelos investigadores Diamantino Ribeiro e Eva Dias Costa, indicam que a generalidade dos participantes defende "o direito à greve, mas não o dever" e que "não existem diferenças substanciais na percepção da greve entre funcionários públicos e privados".

"Numa altura em que as greves assolam de novo Portugal, especialmente nos setores com predominância da gestão pública", pretendeu-se averiguar a percepção e a opinião da população portuguesa, de forma a perceber se existem diferenças entre trabalhadores do sector público e do sector privado, informou o investigador Diamantino Ribeiro, do Instituto de Investigação Portucalense e da Universidade Lusófona do Porto.

Segundo uma informação disponibilizada pelo próprio, os resultados do estudo mostram que, na opinião dos participantes, "os trabalhadores não deveriam poder recorrer à greve em qualquer circunstância, mostrando preocupação com a população em geral".

Os inquiridos "entendem que os trabalhadores deveriam arranjar outras alternativas para reivindicar os seus direitos, sem prejudicar a população em geral", lê-se na nota disponibilizada sobre o estudo.

Para a realização deste trabalho, a equipa disponibilizou um inquérito online, ao qual responderam 1.071 indivíduos.

Este inquérito continha 15 questões para caracterizar os inquiridos, nomeadamente idade, sexo, estado civil, habilitações literárias, naturalidade, situação face ao emprego, tipo e dimensão da organização onde trabalha, sector, tempo de serviço no atual emprego, contrato, profissão e local de residência e de trabalho.

Foram também colocadas questões relativas à percepção sobre a greve, sindicalismo, manifestações sociais e sobre o impacto dessas manifestações na sociedade, de forma a perceber a opinião dos inquiridos sobre estas temáticas.

"Tendo em consideração que a dimensão da nossa amostra - 1.071 inquiridos - é composta por 209 funcionários públicos (19,5%), somos de opinião que os resultados obtidos são representativos da população portuguesa", indicaram os responsáveis, no comunicado divulgado.

Esses dados foram obtidos através da plataforma Pordata, que indicava uma população total de 10.325.453, em 2017, com uma população activa correspondente a 5.178.300 (50,2%), sendo que, desse número, 87,2% pessoas exerciam funções no setor privado e 12,8% no público.

Os resultados obtidos "justificam a continuação da investigação sobre a greve, com o intuito de serem encontradas, avaliadas e ponderadas outras formas de reivindicação, que reduzam o recurso a este meio e os impactos negativos que os mesmos causam na generalidade da população", lê-se ainda no documento.

Estas conclusões sugerem ainda "um debate alargado na sociedade, no sentido de perceber até que ponto o direito à greve de alguns trabalhadores e sectores de actividade colidem com os direitos, liberdades e garantias consagrados na constituição da restante população", acrescenta a nota.

O estudo completo será apresentado durante a 2ª edição da Conferência Internacional de Gestão e Negócios (ICABM2018), que decorrerá no ISAG - European Business School, no Porto, entre 21 e 22 de Junho de 2018.

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