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"Escaldão" no Douro pode contribuir para quebra na produção de vinho

O calor extremo que se fez sentir na região do Douro pode contribuir para a quebra de produção nesta vindima, que poderá rondar as 211 mil pipas.

Algumas situações de escaldão nas uvas na região do Douro, provocadas pelo calor extremo que se fez sentir, pode ser mais um factor a contribuir para a quebra de produção nesta vindima, que poderá rondar as 211 mil pipas.

A directora-geral da Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), Rosa Amador, disse hoje à agência Lusa que, no Douro, se verificam condições para o escaldão, situação em que o bago fica queimado e pode secar, com as temperaturas a ascenderam aos 38 graus e humidade relativa inferior a 30, entre o meio-dia e as 21:00, principalmente no Douro Superior e Cima Corgo.

"Houve associados que já declararam escaldão. O escaldão afectou vinhas mais novas, mais expostas e algumas castas mais sensíveis", afirmou.

A situação é, no entanto, muito heterogénea na região demarcada do Douro, até porque a exposição das vinhas e das diversas sub-regiões é muito diferente.

Rosa Amador explicou que é "muito difícil medir os efeitos só do escaldão", mas este "é mais um factor que se junta a outros e vai influenciar a produção no Douro".

"Os dados que temos neste momento é que, com a continuação do míldio que houve e com o escaldão, pensamos que a produção se venha a aproximar mais da de 2016, que foi de 211 mil pipas de vinho", referiu.

Em meados de Julho, a ADVID apontava uma produção no Douro a rondar as 230 mil pipas, um valor que já era inferior ao inicialmente estimado e que foi justificado devido à pressão de algumas doenças na vinha, com destaque para o míldio, e também à ocorrência de casos de queda de granizo.

A previsão do potencial de colheita à floração apontava para uma produção entre as 254 mil pipas e as 273 mil pipas. As previsões da ADVID são baseadas no método de pólen.

Os meses de Junho e Julho foram chuvosos, criando condições para a propagação do míldio, um fungo que pode infectar todos os órgãos verdes da planta -- folhas, cachos e pâmpanos.

A ADVID advertiu, no entanto, que o resultado final da próxima vindima vai depender das condições climáticas que se registarem até Setembro.

Este ano, a vindima deverá começar com um atraso de cerca de 10 dias comparativamente com a média da região e cerca de três semanas, comparando com 2017, em que, por causa da seca, a colheita começou em agosto.

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