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Culto da personalidade e extrema-direita discreta na manif do Chega

Alexandre R. Malhado
Alexandre R. Malhado 28 de junho de 2020 às 15:29

Numa manifestação para consagrar André Ventura, figuras conhecidas da extrema-direita estiveram discretamente presentes.

Com "Deus no comando", André Ventura considerou-se o novo Sá Carneiro, "o último político que defendeu os portugueses", no discurso que fechou a manifestação do Chega deste sábado em Lisboa, que juntou cerca de mil pessoas, de acordo com fonte oficial da PSP à SÁBADO. "Esta é a primeira manifestação de direita em 40 anos", berrou do carro-palanque, para entusiasmo das hostes, que agitavam a cabeça a cada frase dita pelo deputado único. O mote do protesto pode ter sido as estátuas vandalizadas e a negação de um Portugal racista — mas o foco da marcha foi, na verdade, André Ventura e o Chega. Por cada entoar de "Político elitista, Portugal não é racista", cantou-se "André, amigo, o povo está contigo", "O Chega chegou" e "André a Presidente".  

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