As Finanças enviaram uma auditoria onde se apontavam irregularidades na gestão de Alberto Coelho. Secretário de Estado da Defesa tammbém havia avisado sobre derrapagem.
O atual ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, disse ao Ministério Público (MP) que o antigo secretário de Estado da Defesa, Jorge Seguro Sanches, o tinha avisado sobre a suspeita derrapagem na despesa com as obras no Hospital Militar de Belém (HMB) quando, um ano depois, nomeou Alberto Coelho, então diretor responsável pela execução da obra, presidente de uma empresa do universo do Ministério da Defesa,avança o Correio da Manhã. Coelho é o principal arguido acusado no processo Tempestade Perfeita.
António Cotrim/Lusa
O antigo ministro da Defesa e atual titular da pasta dos Negócios Estrangeiros foi questionado pelo MP na qualidade de testemunha, tendo respondido por escrito a 25 perguntas, avançao jornal Expresso.
Seguro Sanches informou o então ministro da Defesa que segundo um ofício de 1 de julho desse ano da Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN), então liderada por Coelho, a estimativa inicial da obra de 750 mil euros atingiu um custo de 2,59 milhões de euros e que a DGRDN adjudicara obras sem autorização ministerial. Sanches aconselhou então a Cravinho que fosse proposta uma auditoria à Inspeção-Geral da Defesa. Cravinho concordou com a proposta, mas mesmo assim, em julho de 2021, nomeou Coelho para presidente da Empordef - Tecnologias de Informação por considerar que este continuava "a ser uma pessoa válida, capaz de continuar a contribuir para os objetivos do Ministério da Defesa". Mas assumiu que não reconduziu Coelho como presidente da DGRDN, por não estar "satisfeito com a sua condução do processo do Hospital Militar de Belém".
Mas este não foi o único alerta acionado contra Alberto Coelho. Em janeiro de 2021, o então ministro das Finanças João Leão enviou para o Ministério da Defesa uma auditoria que tinha detetado irregularidades "susceptíveis de configurar infrações financeiras de natureza reintegratória e sancionatória", na ordem dos 1,7 milhões de euros, na gestão do então director-geral de Recursos da Defesa Nacional. Em causa estavam vários contratos celebrados entre 2017 e 2018, parte dos quais por ajuste directo, avança ojornal Público.
Seguro Sanches disse, na terça-feira, que "o processo de auditoria e inspeção às despesas do Hospital Militar de Belém foi iniciado por um despacho [seu] que teve a concordância do ministro da Defesa", que confirmou as irregularidades.
Os custos com as obras realizadas no Hospital Militar de Belém, em 2020, atingiram 3,2 milhões de euros, quatro vezes mais do que o previsto. Os trabalhos visavam dotar o edifício de camas para receber pacientes com covid-19, retirando pressão dos hospitais públicos.
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