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Covid-19: Ordem dos Médicos do Norte exorta hospitais a adiarem cirurgias não urgentes

13 de março de 2020 às 17:50
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Presidente do Conselho Regional do Norte da OM defendeu que o adiamento de cirurgias deve ser feito quando "o médico responsável ou diretor de serviço considere não colocar em causa a segurança do doente".

O presidente do Conselho Regional do Norte daOrdem dos Médicos(OM) exortou esta sexta-feira os conselhos de administração dos hospitais públicos e privados a adiarem as cirurgias não urgentes e não oncológicas para libertar espaço devido àCovid-19.

"Atendendo à declaração do estado de emergência sanitária em que nos encontramos, exortamos os conselhos de administração dos hospitais públicos e privados a adiarem, desmarcarem ou realizarem as consultas de modo não presencial sempre que possível, a adiarem as cirurgias não urgentes e não oncológicas e a cancelarem meios complementares de diagnóstico", disse António Araújo.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Conselho Regional do Norte da OM defendeu que o adiamento de cirurgias deve ser feito quando "o médico responsável ou diretor de serviço considere não colocar em causa a segurança do doente".

"Ao nível dos meios complementares de diagnóstico e terapêutico, [aconselhamos] que interrompam os programas de rastreio sempre que clinicamente possível e de acordo com a avaliação clínica do médico assistente", referiu o presidente.

Estas recomendações têm como objetivo, acrescentou o responsável, "libertar espaços nos hospitais e libertar os profissionais de saúde" para os momentos que António Araújo estima que serão "muito exigentes".

O Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos quer "libertar camas de internamento", admitindo que estas venham a ser "necessárias para fazer face a um número de doentes crescente infetados pela Covid-19".

"Face à ausência de diretivas claras da tutela para os conselhos de administração dos hospitais e face a neste momento terem ser os conselhos hospitais privados e públicos a terem de tomar decisões individualmente, precisamos de os sensibilizar para não terem medo de tomar decisões", frisou o presidente desta instituição.

António Araújo espera que "esta medida seja concertada" entre todos os hospitais e alertou que "depois é preciso explicar à população e sensibilizá-la".

"Vivemos um estado de exceção e vamos vivê-lo nas próximas semanas", concluiu António Araújo.

O número de casos confirmados em Portugal de infeção pelo novo coronavírus subiu hoje para 112, mais 34 do que os contabilizados na quinta-feira, sendo que 107 estão internados.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), dos 1.308 casos suspeitos, 172 aguardam resultado laboratorial. Há ainda 5.674 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

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