Num gesto raro, o Governo chinês pediu a ajuda do resto do mundo, perante a necessidade urgente de repor as provisões de máscaras, fatos ou óculos de proteção, para conter a epidemia que já fez 563 mortos.
Um grupo de empresários chineses radicado em Portugal lamentou esta quinta-feira o aumento dos preços de máscaras cirúrgicas nas farmácias portuguesas, quando estão a doar material médico para conter o surto de um novocoronavírusna China.
O empresário Xia Yu disse que o preço de uma caixa com 50 máscaras cirúrgicas pode custar até 25 euros, quase dez vezes o preço original. "Entendo que seja o mercado a funcionar, mas um aumento desta proporção, numa altura destas, não é razoável", considerou.
O empresário mostrou à Lusa uma fatura no valor de quase 1.800 euros, por um total de 110 caixas de máscaras cirúrgicas, numa despesa acrescida de 435 euros em portes de envio.
A República Popular da China atravessa uma grave crise de saúde pública, após um novo coronavírus (2019-nCoV), detetado em dezembro passado, na cidade de Wuhan, ter já causado 563 mortos e infetado mais de 28.000 pessoas.
Num gesto raro, o Governo chinês pediu esta semana a ajuda do resto do mundo, perante a necessidade urgente de repor as provisões de máscaras, fatos ou óculos de proteção, para conter a epidemia. Pequim agradeceu a vários países, incluindo França, Reino Unido, Japão e Coreia do Sul, pelo envio de material médico.
"Observamos que os preços subiram em todo o país, o que torna incomportável fazer mais donativos", lamentou Xia. "Acreditamos que a maioria dos portugueses são amáveis e atenciosos, por isso é que escolhemos viver aqui", sublinhou.
Também na China alguns supermercados estão a cobrar até dez vezes o preço original e surgiram já denúncias sobre grupos criminosos que vendem máscaras usadas como novas.
O Ministério da Indústria chinês reconheceu esta semana que as fábricas para a produção de máscaras estão a operar apenas com 70% da capacidade máxima, já que a epidemia ocorreu em simultâneo com as férias do Ano Novo Lunar, entretanto prolongadas pelo Governo para limitar os riscos de contágio.
O país aumentou as importações de máscaras da Europa, Japão e Estados Unidos, segundo a mesma fonte.
A grande maioria das mortes e casos de infeção pelo novo coronavírus está concentrada na província de Hubei, cuja capital é Wuhan.
Em 23 de janeiro, Wuhan foi colocada sob quarentena, com as saídas e entradas interditadas pelas autoridades por período indefinido. A medida foi, entretanto, alargada a mais 15 cidades chinesas, próximas de Wuhan, afetando, no conjunto, mais de 50 milhões de pessoas.
Médicos de toda a China foram enviados para a região, onde hotéis e estádios estão a ser convertidos em hospitais, para responder à rápida propagação do vírus.
Wuhan começou também na terça-feira a transferir os primeiros pacientes para um hospital construído no prazo recorde de dez dias. Outro hospital, ainda maior, com capacidade para 1.600 camas, está em construção na cidade e deve abrir dentro de alguns dias.
Cerca de 200 casos foram identificados em mais de 20 países e na quarta-feira morreu um doente na região administrativa especial chinesa de Hong Kong.
Num paquete mantido em quarentena ao largo do Japão, o número de casos detetados subiu para 20, depois de terem sido observados 273 dos 3.700 passageiros a bordo. O contágio no navio começou com um homem que desembarcou na passagem do paquete por Hong Kong, em janeiro.
A Organização Mundial de Saúde declarou na quinta-feira passada uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
Coronavírus: Chineses em Portugal não conseguem doar máscaras por aumento de preços
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.
Ricardo olhou para o desenho da filha. "Lara, não te sentes confusa por teres famílias diferentes?" "Não, pai. É como ter duas equipas de futebol favoritas. Posso gostar das duas."