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Começa mais uma ronda de debates: “São importantes para cativar o eleitorado flutuante"

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José Filipe Pinto explica vão existir duas formas dos candidatos presidenciais lidarem com os debates: fixar o eleitorado ou alargar o seu círculo de influência.

Começam esta segunda-feira os debates entre os candidatos às eleições presidenciais de 18 de janeiro com o frente-a-frente entre André Ventura e António José Seguro. São 28 ,estendem-se por mais de um mês e vão opor oito candidatos – Henrique Gouveia e Melo, Luís Marques Mendes, António José Seguro, André Ventura, João Cotrim Figueiredo, António Filipe, Catarina Martins e Jorge Pinto.  

Começam esta segunda-feira os debates entre oito candidatos às eleições presidenciais de 18 de janeiro
Começam esta segunda-feira os debates entre oito candidatos às eleições presidenciais de 18 de janeiro DR

Desde as últimas presidenciais, que levaram à reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa em 2021, os portugueses já foram chamados às urnas seis vezes – duas delas pelas quedas dos governos de António Costa e de Luís Montenegro – e gerou-se o sentimento de que “Portugal vive numa campanha eleitoral contínua”.  

Esta é a visão do politólogo e professor universitário José Filipe Pinto que explica à SÁBADO que estes debates têm como objetivo “apresentar uma linha condutora para aquilo que cada candidato quer que seja a sua ação enquanto presidente”, isto porque neste tipo e eleição não há nenhum plano eleitoral que possa ser “comparado” com entre os candidatos.  

Tendo em conta o largo número de eleições, também muitos foram os debates televisivos e, por vezes, pode existir uma sensação de saturação do formato, até porque atualmente, com as redes sociais, existem formas de comunicação com o eleitorado muito mais diretas. No entanto, José Filipe Pinto continua a acreditar que os debates são essenciais: “Temos uma população bastante envelhecida e que recorre à televisão como primeira fonte de informação. Muitas pessoas têm os seus votos definidos, mas algumas ainda se encontram indecisas e outras formam o eleitorado flutuante”. Este eleitorado flutuante é apresentado como o mais importante para os debates, uma vez que não vota sempre no mesmo partido e pode ser “conquistado”.

O especialista refere que as candidaturas presidenciais devem ser “suprapartidárias”, ou seja, que não devem estar ligadas a amarras políticas de qualquer um dos partidos, mas não é isso que acontece: “Existem candidatos partidários e candidatos apoiados pelos partidos – o que são coisas bastante diferentes – e este ano temos ainda uma novidade com a candidatura de Gouveia e Melo que não é uma figura política conhecida nem apoiado por nenhum partido”. 

Para José Filipe Pinto as diferenças são bastante claras e revelam também a forma como os vários candidatos se vão comportar nos debates. Os candidatos partidários são “aqueles que vão [aos debates] sobretudo para fixar o eleitorado do partido e que não se vão desviar da mensagem do partido”. O professor universitário considera que os candidatos do PCP e do Bloco de Esquerda são sempre partidários, “com os custos da campanha assegurados pelos próprios partidos”, e que a estes se juntaram o candidato do Livre e André Ventura do Chega, “que até chegou a dizer que não era o seu desejo ser candidato, mas que o fazia porque era o que o partido precisava”.

Já Marques Mendes e António José Seguro são apontados como candidatos apoiados por partidos, uma vez que “avançaram com uma candidatura espontânea que depois conseguiu o apoio” do PSP e do PS, respetivamente. Isto não quer dizer que os candidatos não “beneficiem do apoio dos partidos”, mas sim que “não estão dependentes deles e que, além de fixarem o seu eleitorado, vão utilizar os debates para tentar alargar o seu círculo de influência”.  

Assim sendo, e voltando ao eleitorado flutuante, Gouveia e Melo, Marques Mendes e Seguro são os candidatos que José Filipe Pinto acredita terem mais potencial para conseguirem atrair os eleitores que não têm um voto fixo e, também por isso, para os quais os debates são mais importantes.

Saiba quando são todos os debates e onde os pode acompanhar

17 de novembro: André Ventura vs. António José Seguro (TVI)

18 de novembro: Luís Marques Mendes vs. António Filipe (SIC)

20 de novembro: Henrique Gouveia e Melo vs. João Cotrim de Figueiredo (RTP)

23 de novembro: Catarina Martins vs. Henrique Gouveia e Melo (SIC)

24 de novembro: João Cotrim de Figueiredo vs. Jorge Pinto (RTP)

25 de novembro: Luís Marques Mendes vs. André Ventura (SIC)

26 de novembro: Jorge Pinto vs. Henrique Gouveia e Melo (TVI)

27 de novembro: António José Seguro vs. João Cotrim de Figueiredo (RTP)

28 de novembro: André Ventura vs. Catarina Martins (TVI)

29 de novembro: Luís Marques Mendes vs. Jorge Pinto (RTP)

30 de novembro: João Cotrim de Figueiredo vs. António Filipe (SIC)

1 de dezembro: António José Seguro vs. Jorge Pinto (RTP)

2 de dezembro: António Filipe vs. Henrique Gouveia e Melo (TVI)

3 de dezembro: António José Seguro vs. Luís Marques Mendes (RTP)

4 de dezembro: Catarina Martins vs. João Cotrim de Figueiredo (TVI)

6 de dezembro: António José Seguro vs. Catarina Martins (SIC)

7 de dezembro: João Cotrim de Figueiredo vs. Luís Marques Mendes (TVI)

8 de dezembro: António Filipe vs. Jorge Pinto (RTP)

9 de dezembro: Henrique Gouveia e Melo vs. António José Seguro (SIC)

10 de dezembro: Catarina Martins vs. António Filipe (RTP)

11 de dezembro: André Ventura vs. Jorge Pinto (SIC)

12 de dezembro: Luís Marques Mendes vs. Catarina Martins (RTP)

13 de dezembro: André Ventura vs. António Filipe (RTP)

15 de dezembro: Henrique Gouveia e Melo vs. André Ventura (RTP)

19 de dezembro: João Cotrim de Figueiredo vs. André Ventura (SIC)

20 de dezembro: António José Seguro vs. António Filipe (TVI)

21 de dezembro: Catarina Martins vs. Jorge Pinto (RTP)

22 de dezembro: Henrique Gouveia e Melo vs. Luís Marques Mendes (TVI)

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