Entre 9 e 11 de junho de 2008, as principais estradas portuguesas foram bloqueadas por centenas de pesados de mercadorias, que protestavam contra a subida do preço dos combustíveis.
A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou na segunda-feira e que já levou o Governo a declarar "situação de alerta", traz à memória anteriores bloqueios dos camionistas, designadamente o do 2008, que parou o país.
Entre 09 e 11 de junho de 2008, as principais estradas portuguesas ficaram bloqueadas por centenas de pesados de mercadorias, uns em piquetes de greve e outros impedidos de circular pelos colegas camionistas, que protestavam contra a escalada do preço dos combustíveis, numa ação que levou o então primeiro-ministro, José Sócrates, a sentir o "Estado vulnerável".
Durante o protesto, centenas de pesados de mercadorias bloquearam as vias, deixando os supermercados com as prateleiras vazias e os postos de abastecimento de combustível 'secos'.
Os bombeiros limitaram as saídas às emergências, as autoridades foram chamadas a fazer proteção a caravanas de combustíveis de emergência, camiões foram apedrejados e incendiados um pouco por todo o país e morreu um camionista em Alcanena.
O protesto terminou com um acordo entre os grevistas, representados pela então embrionária Associação Nacional de Transportadoras Portuguesas (ANTP) e pela Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), e o Governo, que incluía um pacote de 16 medidas destinadas a aliviar as consequências do aumento do preço dos combustíveis.
Menos de três anos depois, em 2011, e após muitas ameaças, os transportadores rodoviários voltam a parar. A contestação sai às ruas durante dois dias, entre 13 e 15 de março, e os camionistas voltam a mostrar que têm força para parar o país.
Tendo ainda presente os efeitos do bloqueio anterior, o Governo é mais rápido a agir e, à semelhança de 2008, o protesto termina com a assinatura de um acordo com muitas medidas de apoio ao setor que já constavam no memorando assinado em 2008, mas que não tinham sido concretizadas, como a introdução de descontos no pagamento de portagens nas ex-SCUT.
Desta vez, não é o preço dos combustíveis que está na origem da greve nacional dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira e que foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica, tendo sido impugnados os serviços mínimos definidos pelo Governo.
O Governo já avançou com uma requisição civil, argumentando que "a greve em curso afeta o abastecimento de combustíveis aos aeroportos, bombeiros e portos, bem como o abastecimento de combustíveis às empresas de transportes públicos e aos postos de abastecimento da Grande Lisboa e do Grande Porto".
Após a requisição civil, os militares da GNR mantiveram-se de prevenção em vários pontos do país para que os camiões com combustível pudessem abastecer e sair dos parques sem afetarem a circulação rodoviária.
Gerou-se hoje a corrida aos postos de abastecimento de combustíveis provocando congestionamento nas vias de trânsito.
A greve deixou o aeroporto de Faro sem ser abastecido desde segunda-feira e o de Lisboa desde hoje, com a ANA -- Aeroportos de Portugal a admitir "disrupções operacionais".
Os ministros da Administração Interna e do Ambiente e da Transição Energética já declararam a "situação de alerta" devido à greve, implementando medidas excecionais para garantir os abastecimentos.
Esta situação de alerta para o período compreendido entre hoje e até às 23:59 do dia 21 de abril, segundo uma nota do Governo enviada à Lusa, determina a "elevação do grau de prontidão e resposta operacional por parte das forças e serviços de segurança e de todos os agentes de proteção civil, com reforço de meios para operações de patrulhamento e escolta que permitam garantir a concretização das operações de abastecimento de combustíveis, bem como a respetiva segurança de pessoas e bens".
A nota refere que o Governo também determina a "declaração de reconhecimento de crise energética, que acautele de imediato níveis mínimos nos postos de abastecimento, de forma a garantir o abastecimento de serviços essenciais, designadamente para forças e serviços de segurança, assim como emergência médica, proteção e socorro".
Uma reunião entre o ministro das Infraestruturas e da Habitação, o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) estava prevista para as 21:00.
Combustíveis: Greve traz à memória bloqueios de camionistas que pararam o país
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