O Bloco de Esquerda já fez queixa à Polícia Judiciária (PJ) sobre as ameaças recebidas pelas suas deputadas, que estão a preparar uma queixa ao Ministério Público.
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, defendeu hoje que as ameaças de que foram alvo três deputadas, incluindo duas bloquistas, são "um caso de polícia e só envergonha as pessoas que na política tentaram normalizar criminosos".
"Tenho reparado nos últimos tempos que houve responsáveis políticos que acharam que podiam ser complacentes com o crime e normalizar o crime. Quem ameaça é criminoso. Quem atenta contra os direitos humanos é criminoso e, portanto, sim. Este é um caso de polícia e só envergonha as pessoas que na política tentaram normalizar criminosos", disse Catarina Martins.
Descrevendo que o BE já fez queixa à Polícia Judiciária (PJ) e que as deputadas visadas estão a preparar uma queixa ao Ministério Público e garantindo ter "a maior confiança" de que "as forças de segurança vão proteger as pessoas visadas", Catarina Martins deixou reparos a quem na política "normaliza criminosos".
"Não há nenhuma falha na lei em Portugal para que quem apela à violência ou faz ameaças seja com que desculpa para ao ser tratado como criminoso que é", disse.
Questionada sobre se estava a referir-se a algum partido em concreto, a líder do BE disse estar a falar "daqueles que acham que podem dialogar com forças que apelam ao ódio ou à violência ou que usam intimidação como arma política", mas não deixou de mencionar os sociais-democratas.
"Julgo que isso fica claro em algumas declarações que foram promovidas. E julgo que haverá agora no PSD quem se arrependa do que tem vindo a dizer e a normalizar até agora (...). Julgo que o doutor Rui Rio não teve a perceção do que estava a acontecer quando fez outras afirmações no passado. Não estou em crer que quisesse ser complacente com o crime em Portugal", disse a coordenadora do BE que falava aos jornalistas no Porto à margem de uma reunião com trabalhadores da Ryanair.
As deputadas Joacine Katar Moreira (não inscrita), Beatriz Gomes Dias e Mariana Mortágua (BE) foram visadas num 'e-mail' com ameaças dirigido ao SOS Racismo, além do dirigente dessa associação Mamadou Ba e Jonathan Costa, da Frente Unitária Anti-Fascista, entre 10 cidadãos.
"Informamos que foi atribuído um prazo de 48 horas para os dirigentes antifascistas e antirracistas incluídos nesta lista, para rescindirem das suas funções políticas e deixarem o território português", lê-se no ?e-mail' em causa, a que a Lusa teve acesso.
Na mensagem eletrónica refere-se que se o prazo for ultrapassado "medidas serão tomadas contra estes dirigentes e os seus familiares, de forma a garantir a segurança do povo português", e que "o mês de agosto será o mês do reerguer nacionalista".
Com data de 11 de agosto, a mensagem de correio eletrónico foi enviada, a partir de um endereço criado num "site" de "e-mails" temporários, para o SOS Racismo e é assinada por "Nova Ordem de Avis - Resistência Nacional", a mesma designação de um grupo que reclamou, na rede social Facebook, ter realizado, de cara tapada e tochas, uma "vigília em honra das forças de segurança" em frente às instalações da SOS Racismo, em Lisboa, e que um dos dirigentes desta associação, Mamadou Ba, classificou como "terrorismo político".
BE: Ameaças são "caso de polícia" que "envergonha" políticos que "normalizam criminosos"
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A PSP enfrenta hoje fenómenos que não existiam ou eram marginais em 2007: ransomware, ataques híbridos a infraestruturas críticas, manipulação da informação em redes sociais. Estes fenómenos exigem novas estruturas orgânicas dedicadas ao ciberespaço, com autonomia, meios próprios e formação contínua.
No Estado do Minnesota, nos EUA, na última semana, mais um ataque civil a civis — desta vez à escola católica Annunciation, em Minneapolis, durante a missa da manhã, no dia de regresso às aulas.