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Associações avisam que caça estará condicionada em zonas com risco de incêndio

18 de agosto de 2018 às 22:15
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Neste momento estão em situação de alerta, até quarta-feira, os distritos de Braga, Bragança, Guarda, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.

A caça nos distritos que estão em alerta vermelho devido ao agravamento de risco de incêndio está condicionada, ainda que não proibida, alertaram este sábado responsáveis do sector ouvidos pela Lusa.

No domingo começa a caça à rola e ao pombo, numa altura em que estão em situação de alerta, até quarta-feira, os distritos de Braga, Bragança, Guarda, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu, segundo um despacho publicado pelo gabinete do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

A situação de alerta decorre das previsões de tempo quente e de a Autoridade Nacional de Protecção Civil ter colocado aqueles distritos em alerta vermelho, o mais grave.

No despacho do ministro afirma-se que é "proibido o acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, bem como nos caminhos florestais, caminhos rurais e outras vias que os atravessem".

O despacho do ministro não faz qualquer referência aos caçadores. Ouvido pela Lusa, o presidente da Confederação Nacional de Caçadores de Portugal, Fernando Castanheira Pinto, disse que a federação recebeu hoje muitas dúvidas sobre se é possível caçar no domingo ou não, explicando que tal decorre da interpretação do despacho.

"Não há uma proibição de caçar, mas há constrangimentos nalguns locais dos sete distritos em aviso vermelho", disse o responsável à Lusa, aconselhando os caçadores desses distritos a, em caso de dúvida sobre se podem caçar num determinado local, não o fazerem.

Castanheira Pinto frisou que a federação está "completamente de acordo" com o despacho.

Também ouvido pela Lusa, José Baptista, do Movimento Caçadores Mais Caça, alertou para a proibição de caçar em vários locais dos distritos em alerta vermelho decorrente do despacho do ministro Eduardo Cabrita.

O responsável disse que isso mesmo lhe foi confirmado por "departamentos do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA)", da GNR.

José Baptista disse ainda que, com ou sem proibições, o primeiro dia de caça será sempre pouco produtivo, porque a caça em Portugal é cada vez menos, um dos motivos que também tem levado os caçadores a abandonar o desporto.

"Vão vir a zeros, vai ser uma jornada com muita escassez de rola", disse à Lusa, acrescentando que das quase 250 mil pessoas com carta de caçador apenas tiraram licença para caçar cerca de 124 mil. "Há milhares e milhares de caçadores a desistir de caçar", afirmou.

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