A Associação dos Oficiais das Forças Armadas não está envolvida no protesto de quarta-feira em Belém
A Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA) vai reunir este terça-feira à noite o conselho nacional para analisar a situação de Tancos, disse à agência Lusa o presidente da organização, tenente-coronel António Mota.
"Eu convoquei para hoje uma reunião extraordinária do Conselho Nacional (AOFA) e que vai ter como únicos pontos da agenda a situação de Tancos, as exonerações e os protestos de amanhã [quarta-feira] para ver se tomamos uma posição final e global, de acordo com aquilo que o Conselho Nacional decidir", disse Mota.
Entretanto, oficiais do Exército na reserva e na reforma estão a organizar um protesto simbólico agendado para quarta-feira, junto ao Palácio de Belém, para manifestar solidariedade para com os cinco comandantes afastados temporariamente pelo chefe de Estado-Maior do Exército (CEME), general Rovisco Duarte.
A AOFA não está envolvida no protesto de quarta-feira porque o que está na génese do gesto dos militares na reserva e na reforma é o afastamento temporário dos cinco comandantes, tratando-se esse afastamento, segundo o presidente da associação, de um acto de comando.
"Segundo o estatuto do chefe de Estado Maior, é a ele que incumbe nomear os comandantes das unidades, exonerar os comandantes das unidades ou afastá-los temporariamente. O CEME utilizou essa prerrogativa que só a ele lhe cabe. Antes nomeou-os e agora exonerou-os temporariamente. Isto é um ato de comando, independentemente de nós concordarmos ou não é um assunto interno do Exército e que não está no âmbito da associação", explicou o responsável pela AOFA.
Mesmo assim, o tenente-coronel António Mota alerta para a situação que se vive nas Forças Armadas, marcada pela "falta de investimento" que, frisa, começou durante os governos do PSD/PP mas que continua com o actual Executivo do PS.
"A manta não tapa os pés e a cabeça ao mesmo tempo. É impossível. E, se não houve problemas muito mais graves nas unidades, ou com aviões ou com navios, ninguém duvide que é devido ao profissionalismo dos militares", disse sublinhando a falta de meios que podem causar situações como o "incidente" de Tancos.
"Se o sistema de vigilância [da Base Aérea de Tancos] está avariado não é porque o comandante quer que esteja avariado há dois anos. É porque não há dinheiro para o reparar. A verdade nua e crua é esta: não há dinheiro. O pouco dinheiro que há vai para as missões ultra prioritárias", acrescenta o presidente da AOFA.
O Exército anunciou na quinta-feira passada que foi detectada no dia anterior a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois 'paiolins'.
Entretanto, o chefe do Estado-Maior do Exército disse no sábado que tinha demitido cinco comandantes de unidades do ramo para não interferirem com os processos de averiguações sobre o furto de material de guerra em Tancos.
"Não quero que haja entraves às averiguações e decidi exonerar os cinco comandantes das unidades que de alguma forma estão relacionadas com estes processos", afirmou Rovisco Duarte, em declarações à RTP.
Os militares exonerados são o comandante da Unidade de Apoio da Brigada de Reação Rápida, o comandante do Regimento de Infantaria 15, o comandante do Regimento de Paraquedistas, o comandante do Regimento de Engenharia 1 e o comandante da Unidade de Apoio de Material do Exército.
Associação de Oficiais reúne conselho nacional extraordinário
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