Luís Montenegro e Paulo Raimundo confrontaram ideias opostas com acusações de vitimização, propaganda e a provocação de que haverá comunistas com vontade de votar na AD
Dois projetos políticos opostos enfrentaram-se em debate esta noite na TVI. Paulo Raimundo, candidato da CDU, começou por acusar Luís Montenegro de falta de ética por não se ter demitido quando o caso da empresa familiar Spinumviva foi conhecido e o tema dominou os primeiros 4 minutos e meio do debate. O candidato da AD reiterou a sua inocência. "Não escondi nada, a situação é conhecida porque eu dei a conhecer", respondeu. Luís Montenegro garantiu ter recebido "zero benefícios" e pediu compreensão.
Ruben Sarmento
Questionados sobre a Saúde, Luís Montenegro defendeu a opção, em determinados casos, da gestão privada no Serviço Nacional de Saúde por obter melhores resultados. Paulo Raimundo perguntou se isso significa que os gestores públicos são incompetentes e respondeu: "O problema do SNS é a falta de enfermeiros e médicos, temos de dignificar carreiras e aumentar salários para ir buscar aos privados os recursos humanos." E apelou à emoção. "Este fim de semana tivemos sete urgências pediátricas fechadas, o Luís Montenegro é pai, eu sou pai. Acha tolerável esta situação?"
O ex-primeiro-ministro garantiu que conseguiu fixar profissionais de saúde no SNS, mas teve de reconhecer que não cumpriu a promessa de dar médico de família aos portugueses que ainda não têm. "É verdade, não cumpri. Vamos redobrar os esforços", respondeu à jornalista Sara Pinto.
Paulo Raimundo voltou a puxar dos galões de pai para acusar que a descida do IRC não contribuiu para o aumento dos salários. "Os nossos filhos estão a trazer para casa 734 euros de salário mínimo líquido." E pediu coragem para subir o salário mínimo para mil euros já este ano. Luís Montenegro enumerou as políticas sociais do governo - descida do IRS, aumento das pensões, aumento do complemento para idosos - e fez uma provocação: "É cada vez mais difícil um comunista não votar no governo."
Os dois candidatos também não concordam no tema da defesa. O PCP concorda com o aumento do orçamento das Forças Armadas, mas não para a Guerra da Ucrânia. "Não precisamos de gastar em armas e bombas, precisamos de produzir comboios." Luís Montenegro defendeu a opção de apoiar a Ucrânia. "Defendemos os Direitos Humanos e a integridade territorial de um país europeu."
O embaraço - Quando sobre a sua empresa Spinumviva, Luís Montenegro se queixa: "Então eu não tenho direito de trabalhar?". Ao qual Paulo Raimundo responde: "Não faça o papel da vitimização comigo."
KO - Paulo Raimundo oferece um dossier que revela a fotografia do Conselho de Ministros realizado no Mercado do Bulhão, no Porto. "Parabéns à agência de comunicação do Governo, faz um ótimo trabalho de propaganda!"
Pinóquio - "Eu não tive nenhum benefício, zero benefícios", garantiu Luís Montenegro ao referir a empresa que fundou Spinumviva. Ora entre 2021 e 2023, a empresa fundada pelo próprio e passada para o nome da mulher e filhos, faturou 718 mil euros.
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O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.