Houve de tudo: ameaças, polícia, ajuda, descontracção e algumas selfies. A líder centrista voltou ao que fazia há 23 anos. Com uma diferença: agora foi à boleia da Comunidade Vida e Paz, antes, às vezes até era ela quem conduzia a carrinha.
São 23h45 e Tomás, com sotaque brasileiro, ameaça Ana, sentada e encolhida contra uma parede, num recanto da Av. Almirante Reis, em Lisboa. Tem um sapato na mão e pela forma como Ana toca na face percebe-se que ele já lhe deve ter batido. Ana insiste que não sai de onde está e não mexe um milímetro – "Estou à espera do João", outro sem -abrigo que dorme ali. Tomás: "Sai daí, sai daí. Tu tem casa, eu quero dormir. Vou te dar um tapa nessa cara." Assunção Cristas intervém: "Eh lá, mas que conversa é essa? Não vai fazer nada disso!" Ana, apática e imóvel, parece sedada, tem espuma nos cantos da boca e repete sempre, baixinho: "Estou à espera do João." O tom de Tomás vai em crescendo "Sai, vai tomar no cu, vão vocês também", para a equipa da Comunidade Vida e Paz (CVP) em que está integrada a líder do CDS e que tenta mediar a situação. Luciano Marques, que conduz a volta da CVP, tenta acalmá-lo, pede que mude ele um pouco o lugar da sua cama, à qual Ana está encostada, pede a Ana que se levante e mude de sítio, mas nenhum cede. Tomás torna-se abertamente violento, Luciano já passou por cenas do género, tem de dizer, em tom firme: "Não levantas a mão. Não levantas a mão." Perante o impasse, é Assunção que toma a decisão: "Não nos podemos ir embora daqui com a situação assim. Temos de chamar a polícia."
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Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.
Ricardo olhou para o desenho da filha. "Lara, não te sentes confusa por teres famílias diferentes?" "Não, pai. É como ter duas equipas de futebol favoritas. Posso gostar das duas."