Patriarcado ficou "magoado" quando soube preço do palco-altar
Alimentação dos peregrinos vai custar 30 milhões de euros mas Patriarcado promete "partilhar valores até ao cêntimo".
O patriarcado de Lisboa disse ter ficado "magoado" quanto tomou conhecimento dos valores adjudicados para a construção do palco-altar que servirá a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa e garante que o valor "será revisto".
Numa conferência de impressa, realizada esta quinta-feira, D. Américo de Aguiar esclareceu que o orçamento para o evento ainda não se encontra encerrado justificando que "não é fácil prever nem lidar com a incerteza do número de peregrinos, milhares de peregrinos, podendo ser mais ou menos".
Nesta fase, o bispo auxiliar de Lisboa refere que a Fundação da JMJ está a "acolhemos todos os pedidos e a acomodar todas as logísticas para dar condições às comitivas para partilharem a sua cultura com os portugueses e o resto dos participantes".
"Nunca no nosso país tivemos um acontecimento como a Jornada Mundial da Juventude. Nem juntando Web Summit, nem festivais de verão, nada tem comparação na sua dimensão, na sua escala e na sua logística (…) é esta grandeza que nos tem esmagado", garantiu o bispo.
Já sobre o altar-palco, o bispo auxiliar de Lisboa começou por dizer que o projeto foi "evoluindo" tendo em conta "os desafios do terreno" e a localização (uma vez que está em causa uma estrutura que terá de ser colocada "em cima do antigo aterro").
Segundo o próprio, terá sido Carlos Moedas que deu a ideia do palco "ficar para a cidade" podendo ser utilizada no futuro pela comunidade. D. Américo Aguiar esclareceu ainda que "não sabia, nem tinha que saber" o valor da infraestrutura e que, ao contrário do que havia sido dito anteriormente, o presidente da República também "não sabia do valor em concreto".
O Patriarcado garante que a estética do palco não é "uma preocupação da Igreja", tendo esta apenas de "corresponder às necessidades dos eventos que vão ser feitos" tanto a nível de visibilidade como de segurança.
Tendo em conta a dimensão da Jornada, D. Américo Aguiar compreende que falemos de "uma instalação nunca vista neste País", uma vez que terá "uma altura de cerca de três andares" para que "seja visível a três quilómetros de distância". Ainda assim, o bispo recorda que "a Santa Sé ainda não validou a 100% esta proposta", tendo apenas dado luz verde de forma "genérica".
D. Américo de Aguiar confessou ainda que, quando tomou conhecimento do ajuste direto da obra, ficou "magoado com o número" principalmente numa altura em que "o mundo enfrenta tempos de grandes dificuldades". Tendo isto em conta, a Igreja irá, nos próximos dias, "tentar perceber a razão deste valor" e "pedir para eliminar as coisas que se verifiquem que não são essenciais".
Sobre os restantes valores que irão ser gastos, o Patriarcado não quer avançar com números por temer "ter de os corrigir", mas dá conta que só a "alimentação dos peregrinos vai custar mais de 30 milhões de euros". Em prol da transparência, D. Américo Aguiar prometeu "partilhar todos os gastos até ao cêntimo", mas lembra que é importante não esquecer o "retorno" que o evento irá ter no País (algo que diz estar a ser estudado pelo ISEG).
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