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Mulher de português raptado em Moçambique pede "acção musculada"

29 de agosto de 2018 às 16:48

Américo Sebastião foi raptado em 2016, na província de Sofala. A sua mulher, Salomé, apela ao Presidente de Moçambique, Filipe Niusy, para que "sejam accionados os mecanismos necessários e eficazes".

A mulher do empresário raptado em 2016, na província de Sofala, apelou ao Presidente de Moçambique, Felipe Nyusi, para uma "ação musculada e firme", e que "sejam acionados os mecanismos necessários e eficazes" para se encontrar Américo Sebastião.

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Foto: António Cotrim/Lusa
Foto: Cofina Media
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Em carta a que a agência Lusa teve acesso hoje, Salomé Sebastião - que pediu igualmente ao Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, uma intervenção pessoal e institucional junto do homólogo de Moçambique - solicitou a Filipe Nyusi "a ajuda decisiva como Homem e como chefe de Estado".

"Se ao mais alto representante de Moçambique não couber o poder de resolver este caso, então é toda uma nação que se vê abalada nos seus alicerces", escreveu a mulher do empresário, desaparecido desde 29 de julho de 2016.

Sublinhando que "as palavras são graves porque é muito grave a situação" que vive, Salomé Sebastião apelou à "compaixão e humildade, ao poder do caráter e à indomável força na firmes e determinação nos atos".

"Estão volvidos mais de dois anos em que as autoridades moçambicanas investigam o desaparecimento do meu marido, sem terem produzido qualquer tipo de resposta conducente à resolução deste caso ou ao seu mínimo esclarecimento. Ademais, sem ter havido por parte das autoridades moçambicanas a aceitação formal da cooperação oficialmente já vinculada pelas autoridades congéneres portuguesas", vincou.

Expressando "muita tristeza pelo arrastar da situação", a mulher de Américo Sebastião vincou "lamentar com grande estupefação" o facto de não ter sido aceite a cooperação de Portugal nos domínios judiciário e judicial.

A ajuda foi disponibilizada em maio último, em carta enviada pela ministra da Justiça de Portugal, Francisca Van Dunem, ao homólogo moçambicano, que assegurou que "o processo se encontra a ser investigado pelas autoridades judiciárias competentes", salientou uma fonte do ministério português.

A resposta de Moçambique não esclareceu se aceita ou não a oferta portuguesa de ajuda judiciária e judicial.

Salomé Sebastião dirigiu-se ao Presidente de Moçambique com "um especial e profundo significado: o significado da paz, da liberdade, da segurança dos cidadãos e da alegria na vida".

Na carta enviada a Felipe Nyusi, de que foi dada informação ao primeiro-ministro de Moçambique, Carlos Agostinho do Rosário, e aos demais membros do Governo, a mulher de Américo Sebastião afirmou que a sua "ação não vai parar" e que "a voz não se vai calar".

O empresário português foi raptado em 29 de julho de 2016, numa estação de abastecimento de combustíveis em Nhamapadza, distrito de Maringué, na província de Sofala, no centro do Moçambique.

Segundo a família, os raptores usaram os cartões de débito e crédito para levantarem "4.000 euros", não conseguindo mais porque as contas foram bloqueadas logo que foi constatado o desaparecimento.

Nunca mais se soube o paradeiro de Américo Sebastião desde o rapto, perpetrado por homens fardados, que algemaram o empresário e o colocaram dentro de uma das duas viaturas descaracterizadas com que deixaram o posto de abastecimento de combustíveis.

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