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Moção de Rio quer "maioria sem linhas vermelhas” e insiste que é centro que decide eleições

22 de novembro de 2021 às 09:05

"O PSD está em condições de Governar Portugal. Saibamos recuperar a confiança dos portugueses através das nossas propostas", refere a moção "Governar Portugal".

A moção de estratégia de Rui Rio defende que o PSD "está em condições de governar Portugal" e refere que se deve construir uma "nova maioria sem linhas vermelhas", assente no diálogo "à esquerda ou à direita".

Fernando Veludo/Lusa

A moção, intitulada "Governar Portugal", será entregue na segunda-feira às 12:00 na sede nacional do PSD pelo diretor de campanha, Salvador Malheiro, que irá proceder à formalização da recandidatura de Rui Rio à presidência do PSD.

No texto, insiste-se que as eleições se decidem ao centro e apelida-se a mobilidade social - que tem sido apontada como uma das prioridades pelo opositor interno Paulo Rangel - como uma "retórica alternativa".

"O PSD está em condições de Governar Portugal. Saibamos recuperar a confiança dos portugueses através das nossas propostas e de uma liderança responsável, credível e mobilizadora", refere o último ponto do texto de 18 páginas, que atualiza a moção de Rio de há dois anos, citando-a em várias passagens.

Na moção, Rio - que tem admitido ser desejável um entendimento com o PS para a viabilização de eventuais governos minoritários que saiam das legislativas - defende que "importa construir uma nova maioria sem linhas vermelhas, assente no diálogo e no compromisso, à esquerda ou à direita, cujo único limite será a da moderação, do respeito pelas instituições constitucionais e a do superior interesse nacional".

O texto começa por fazer um balanço dos resultados do último mandato de Rio, apontando a vitória nas regionais da Madeira, a solução que presidiu ao PSD presidir ao Governo dos Açores, o apoio a Marcelo Rebelo de Sousa para Belém e o resultado "politicamente vitorioso" nas autárquicas de setembro.

Sobre o futuro próximo, a moção defende que as próximas eleições legislativas de 30 de janeiro são "uma oportunidade de quebrar o ciclo de hegemonia do Partido Socialista e dos partidos à sua esquerda", mas recorda os vários riscos de contexto, como a crise pandémica, económica e social, e a situação de incerteza que se vive na economia internacional.

"Se a esta conjuntura associarmos nove meses sem uma clarificação das opções governativas poderemos imaginar o potencial de perda e de bloqueio que irá decerto ser agravada por um recrudescimento das ações sindicais com greves sucessivas e manifestações de rua", alerta Rio.

Na moção, considera-se que a alternativa aos eleitores nas urnas será "entre uma conceção socialista do Estado, da economia e da sociedade e uma visão social-democrata moderada e reformista, capaz de fazer libertar Portugal dos espartilhos institucionais em que nos deixámos enlear".

"As próximas eleições decidir-se-ão ao centro do espetro político-partidário. É esse centro político que determinará qual das opções vingará: ou a continuidade das políticas de esquerda que têm conduzido ao empobrecimento relativo do nosso país face aos nossos parceiros europeus, ou a mudança para uma política de libertação da economia e da sociedade portuguesas", refere a moção.

No entanto, Rio avisa que "se à esquerda imperou a retórica das desigualdades sociais", não poderá ser substituída "pela retórica alternativa da mobilidade social".

"Estes dois problemas característicos da sociedade portuguesa só podem ser superados com a produção de riqueza que crie mais e melhor emprego, melhores salários e melhores oportunidades para todos os portugueses", contrapõe a moção do atual presidente do PSD.

Mais de 46.000 militantes do PSD vão poder escolher o próximo presidente do partido em eleições diretas no próximo sábado.

Além do atual presidente Rui Rio, é candidato o eurodeputado Paulo Rangel. Também o ex-candidato do partido à Câmara Municipal de Alenquer, Nuno Miguel Henriques, manifestou a intenção de ser candidato.

O prazo limite para a entrega das candidaturas termina na segunda-feira e têm de ser acompanhadas de 1.500 assinaturas e de uma moção de estratégia.

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